Internacional
Familia

O seu amor é eterno?

Seg, 08/08/2011 - 15:36

Colocámos as questões a Kapinha e a Bibá Pitta. Os dois passaram com grande distinção neste exame de 17 perguntas.

"Ah, não, a minha relação vai durar para sempre!” Não é isto que você costuma responder quando lhe dizem que o amor eterno não existe? Pois esta semana somos nós que lhe fazemos as perguntas, 17, na totalidade. Ao responder a este questionário, vai perceber que tipo de pessoa é e como avaliar a sua relação. Melhor ainda: vai ficar a saber como é que você funciona dentro de um relacionamento... E, com alguma probabilidade, o que é que o futuro lhe poderá reservar. Porém, não ficámos por aí. Decidimos, também, testar as uniões de dois casais famosos. Bibá Pitta e Fernando Gouveia, por um lado, e Jorge Kapinha e Mafalda Teixeira, por outro... O casamento de Bibá saiu-se muito bem. O namoro de Kapinha ainda melhor. A mãe de família, que gosta de festas, chegou aos 140 pontos, num máximo de 170. Quanto ao casal “perdido na tribo”, conseguiu atingir os 150 pontos.

Pedimos aos nossos inquiridos uma opinião sobre o seu resultado no teste. Bibá explicou-nos, com a sua simpatia habitual, os bons resultados obtidos. “As respostas que vos dei foram sinceras, sem pensar, espontâneas. Ao telefone, nem dava para ser de outra forma.” Contudo, isso não é esclarecimento suficiente... Quisemos saber mais. “Bom, temos de acreditar no outro. Fazer cedências. Partilhar. Aceitar. Ter consciência de que não há defeitos, mas sim feitios.” E a fórmula continua... “Não podemos mudar o nosso parceiro. Se formos inteligentes, temos de nos adaptar ao outro... E ele a nós. No meu caso, estou ao lado de um homem que é, totalmente, o oposto de mim.” Que quer isso dizer? “A minha cara-metade dá-me o outro lado, que não tenho em mim. Completa-me. É mais terra-a-terra, mais calmo, ponderado. Na verdade, ele traz-me à Terra e eu levo-o ao Céu!” Pela nossa inquirida, ficámos a saber algo que devia ser evidente. “Ninguém nos disse que era sempre tudo lindo, eternamente cor-de-rosa, constantemente mergulhado em felicidade. Mas podemos ir fazendo o nosso caminho. Podemos ir vivendo de uma forma agradável. Aceitando. Respeitando. Com essa base, podemos viver.” A conversa acaba por chegar à definição de felicidade. “São momentos. Não é um sentimento contínuo. Mas é possível ter uma vida equilibrada.”

Há três fases diferentes no processo que nos leva a entregar o coração a alguém. E essas três etapas envolvem, cada uma, diferentes hormonas. Por incrível que pareça, aquilo que acontece no cérebro é semelhante... ao que sucede quando temos uma patologia mental. Contudo, não se assuste, amor não é doença. Pelo contrário. Se os genes e o olfacto podem desempenhar um papel importante na atracção, também é verdade que o resultado dessa química é deixar--nos nas nuvens... Ficamos com as faces rosadas, o coração aos saltos, as mãos húmidas. Porém, dentro do corpo, o que se passa?

Vamos, então, à fase 1. É a etapa do desejo. Essa função é comandada pelas hormonas sexuais. A testosterona e o estrogénio. Essas substâncias fazem com que reparemos na nossa (possível) futura cara-metade.

O momento 2 chama-se atracção. É nessa altura que somos atingidos por um raio: não conseguimos parar de pensar na outra pessoa. Até acontece que se perca o apetite: não é nesse tipo de necessidade que o nosso organismo está focado. O mesmo acontece com o sono: torna--se mais importante sonhar acordado com o ser amado do que dormir. Nesta altura, há um conjunto de neurotransmissores que entram em acção. A dopamina, que, por acaso, também é activada quando se consome cocaína ou nicotina. A norepinefrina: põe-nos a transpirar e faz o nosso coração saltar. E a serotonina: uma das substâncias mais importantes no amor, pois é ela que nos pode deixar, temporariamente, entontecidos... ou até mesmo ligeiramente enlouquecidos. Se o nosso coração conseguir chegar à terceira fase, talvez o amor dure para sempre.

A etapa 3 é a da ligação. A verdade é que, por muito que tal nos agradasse, não conseguiríamos ficar no momento 2 para sempre... o nosso corpo nem sequer aguentaria. Esta conexão é um sentimento e compromisso de longo prazo. É ele que mantém os casais juntos e lhes permite casar, ter filhos, educá-los, criá-los... Que hormona intervém nesta altura? A oxitocina. É libertada pelo hipotálamo durante o nascimento. Ajuda o peito a produzir leite. Contribui para cimentar o fortíssimo laço entre mãe e filho. E é produzida pelo homem e pela mulher durante o orgasmo. Promove a ligação e aproximação entre as duas almas gémeas, no momento do sexo. Quanto mais relações sexuais um casal tiver, mais unido ficará. Porém, a oxitocina não está sozinha neste trabalho tão importante para a continuação da existência da espécie humana. Na terceira fase também encontramos a vasopressina. É, entre outras coisas, uma importante substância de controlo do fígado. O seu papel na construção de relacionamentos a longo prazo foi descoberto... quando os cientistas analisaram os comportamentos e a biologia dos cães da pradaria. Para esta simpática espécie, o sexo é o tempero de uma relação de longa duração. Estes animais dedicam-se muito mais a ter relações sexuais do que o estritamente necessário para ter filhos. Numa experiência científica, foi suprimida (aos machos) a vasopressina... O laço com o parceiro deteriorou-se muito rapidamente. Deixaram de ser dedicados e protectores. E de manter à distância os machos concorrentes. E quanto ao papel dos genes nas relações amorosas humanas? Esse ainda está a ser estabelecido. De qualquer modo, teremos grande vantagem em escolher alguém com os melhores genes disponíveis na sociedade. Esses genes serão passados aos nossos filhos e daí por diante, assegurando a procriação e a continuidade da espécie.

Quer isto dizer que quando olhamos para um potencial parceiro, estamos a tentar avaliar os seus genes. Como? Através das feromonas e da aparência. As feromonas humanas têm sido, nos últimos anos, um assunto quente em termos de investigação. São substâncias sem odor, mas são detectadas por um órgão existente no nariz. Alguns cientistas acreditam que são elas a chave da atracção romântica. Noutros mamíferos, especialmente roedores, elas já começaram a ser estudadas há muito tempo. Esses animais têm o referido “detector” nasal, que utilizam para encontrar feromonas na urina de potenciais parceiros sexuais. Este sentido extra serve para compreender as relações sociais, identificar o sexo dos outros indivíduos da espécie e escolher o parceiro certo. ?Há 25 anos, cientistas da Universidade do Colorado encontraram provas de que este órgão também existe nos humanos adultos. No Homem, o papel exacto das feromonas ainda não é certo. Por enquanto, a ciência vai procurando mais certezas e fazendo comparações.

Dar a Lua à namorada
Muitos homens prometem a Lua à mulher da sua vida. Thad Roberts cumpriu. Tinha 25 anos em 2002, era estudante e estava a trabalhar na NASA. Aí, roubou o cofre com as rochas trazidas do satélite natural, na década de 1970, pelas missões Apollo. Thad e os cúmplices foram apanhados pelo FBI, porque o jovem tentou vender as pedras na Internet. Porém, antes disso, ele e a namorada, Rebecca, foram para um motel. Espalharam as rochas na cama e fizeram amor. Como prometido.

O amor é antidepressivo
Foram feitos estudos com jovens apaixonados, para perceber o que se passa no seu cérebro. Quatro áreas cerebrais são activadas, e outra apagada, quando se pensa no ser amado.Das acesas fazem parte uma relacionada com instintos e outra que tem a ver com a euforia, mas as “luzes” desligam-se no córtex pré-frontal, uma parte que, habitualmente, está demasiado activa nos pacientes que sofrem de depressão. A investigação foi feita na University College de Londres, pelos cientistas Andreas Bartels e Semir Zeki. Foram usadas fotos para fazer os jovens pensar nas suas caras-metades.

Mais atraentes envelhecem mais depressa
É uma ave vistosa, de nome Chlamydotis undulata. Os cientistas procuram nesta espécie pistas sobre a atracção humana e sobre a sua relação com o envelhecimento. O Chlamydotis undulata ou Houbara bustard tem uma lindíssima plumagem colorida que usa para conquistar as fêmeas. Segundo a publicação Ecology Letters, as aves que “investem” mais nisso são as que ficam velhas mais depressa e também aquelas cujo esperma se degrada mais cedo. Resta saber se é mesmo possível estabelecer algum paralelo com os humanos.

Gritar para escolher o companheiro
Os alces fêmea conseguem manipular os seus machos e levá-los a lutar por elas, através dos sons que emitem. Já se sabia que elas davam “gritos” de protesto dirigidos a eles. Agora, descobriu-se que esses gemidos de amor tornam os machos maiores mais agressivos e provocam a luta. A conclusão é que, através destes mecanismos, as fêmeas acabam por escolher os companheiros que acham mais adequados.

O que sente o cérebro
Quando os mamilos de uma mulher são bem estimulados, a sensação é comandada pela mesma parte do cérebro que dirige o prazer sentido na vagina. Os cientistas descobriram isso através de estudos de imagiologia cerebral, feitos a mulheres que tiveram sensações agradáveis nessas duas zonas diferentes. Ou seja, qualquer que seja a área erógena despertada na mulher, a região do cérebro que se “acende” nessas alturas costuma ser sempre a mesma. A pesquisa foi feita na Universidade de Rutgers, nos Estados Unidos.

Consulte o teste na edição desta semana, já nas bancas.

Siga a Nova Gente no Instagram