Nacional
Entrevistas emocionantes

5 mulheres «guerreiras» que vai ter de conhecer

Sex, 20/03/2020 - 20:30

Apresentamos-lhe cinco histórias de mulheres verdadeiramente emocionantes, experiências de vida que inspiram qualquer mãe.

A NOVA GENTE dá-lhe a conhecer cinco grandes mulheres que se destacam pela sua força, coragem e determinação, mesmo quando a vida lhes apresenta obstáculos, impossíveis de ultrapassar para muita gente.

A história de Cláudia Lima deixou o País em lágrimas no final do verão de 2018. Aos 34 anos passou pelo golpe mais duro da maternidade: perder um filho. Mas não só. Em agosto desse ano, um acidente violento de automóvel no Montijo levou-lhe o pequeno Zé Maria, de 13 meses, e o marido, Emanuel Cardoso.

«Onde tem ido buscar forças para continuar?» é a questão que todos lhe colocam. Cláudia tem feito, desde então, um esforço diário para se reerguer e não baixar os braços. A ajuda da família e dos amigos tem sido fundamental, bem como o apoio psicológico.

Mas a grande motivação chama-se Baby by Piki, uma marca de artigos de bebé 100 por cento portuguesa que lançou em 2017 com o marido.

«Eu perdi tudo naquele dia… Vou buscar forças a este projeto que já era da família e que vai continuar na família, mas de forma diferente. A marca Baby by Piki é o que me faz sentir de certa forma ligada a eles. Sinto que são eles que me dão força para continuar», afirmou na altura, em entrevista à Crescer, do grupo Impala, aquela que pensou em desistir de tudo. «Quem não pensaria?»

A dor de perder um filho

Se é mãe vai ter vontade de abraçar Cláudia Fernandes, que perdeu um filho com leucemia grave aos 16 meses. Pouco tempo depois nasceu Constança. «A vida escolheu este caminho para mim» foi uma das primeiras frases referidas por Cláudia numa entrevista à Crescer.

O assunto «doença» é difícil recordar para Cláudia. «Até porque hoje faço o exercício de transformar esses momentos de sofrimento em amor, no fundo foi isso que sempre nos moveu, o amor que sentimos uns pelos outros», diz.

Cláudia ainda se recorda de cada palavra que ouviu no dia do diagnóstico. Jamais esquecerá. «O Duarte tem leucemia, só temos que saber qual é o tipo», afirmou a médica. Engravidou de Constança enquanto Duarte lutava pela vida no IPO.

«Um jogo de cintura fora de série.» É desta forma que Cláudia descreve os últimos três anos da sua vida. «Estes três anos foram de adaptação a tudo novamente, um processo de mutação intenso. A Constança nasceu e quis sempre dar-lhe o amor que merece, dentro da dor recente do Duarte ter partido. Tenho muitas saudades do Duarte, choro algumas vezes. Mas deixei de esconder tanto quanto escondia. Se me apetecer chorar, choro», confessa.

Leia a entrevista completa aqui.

Mães cuidadoras

Helena LagartinhoSofia Terceiro e Sandra Domingos são mães, cuidadoras, mulheres com ‘M’ enorme, que abdicam da sua própria vida para cuidarem dos filhos doentes. Cada uma delas sofre à sua maneira, vive de forma diferente, mas todas elas têm algo em comum: um amor imensurável pelos filhos.

A deficiência não define a pessoa. A cadeira é apenas um pormenor. Rita e Inês são exemplo disso. A mãe, Helena Lagartinho, teve trigémeas há 23 anos e abandonou tudo por elas. Só uma nasceu sem paralisia cerebral.

Curiosamente, depois do nascimento prematuro das três meninas, às 29 semanas, Carolina era aquela que merecia maiores cuidados. Esteve um mês e meio ligada ao ventilador, enquanto as irmãs estiveram apenas 48 horas. Mais tarde surge o pior dos diagnósticos: lesão cerebral denominada leucomalácia.

Apesar das barreiras impostas pela paralisia cerebral, as duas jovens são um exemplo de luta contra a adversidade. Atualmente na faculdade, Rita e Inês deslocam-se diariamente nas suas cadeiras de rodas elétricas, sempre com a ajuda da mãe, que nunca mais voltou à sua atividade profissional, contabilidade, desde a gravidez.

Helena deixou de trabalhar para cuidar de duas das cinco filhas e nunca desistiu de lutar pelo Estatuto do Cuidador. «Elas são o meu projeto de vida. Quero garantir a sua autonomia para poder partir em paz», referiu, numa entrevista à Crescer, aquela que recusou um tratamento de quimioterapia ao cancro da mama para não perder força e poder continuar a acompanhá-las.

Dinis, um Dom Maior

Esta é uma história de perseverança. Porque é isto que se espera dos pais que não desistem dos filhos. Dinis tem uma doença rara, diagnosticada aos 11 meses. Tem 97 por cento de incapacidade, cinco por cento de visão em metade do olho esquerdo e cegueira total no olho direito.

Os pais, Sofia Terceiro e Paulo Rosa, nunca perderam a esperança ao ouvir o pior dos diagnósticos. Nem mesmo depois de lhes dizerem que o filho tinha uma esperança de vida não muito superior a um ano. Arregaçaram as mangas e traçaram um objetivo: lutar até ao fim e nunca desistir do filho, que, para eles, nasceu com um dom.

Quando o filho completou 10 anos, em 2018, Sofia e Paulo decidiram partilhar esse dom com outras pessoas que precisam de ajuda. E assim nasceu a Associação Dom Maior, sem fins lucrativos, dedicada, sobretudo, a crianças e jovens portadores de deficiência em diversas áreas.

Vírus do herpes deixa bebé saudável com paralisia cerebral

Sandra Domingos foi mãe aos 30 anos de uma menina saudável e sem qualquer problema de saúde. Com apenas oito meses, Miriam sofreu uma encefalite herpética, depois de estar em contacto com o vírus do herpes.  A mãe não esquece o momento em que soube do diagnóstico e ainda hoje se emociona a falar dos últimos 12 anos.

Para acompanhar a filha a tempo inteiro, Sandra, que vive em São Brás de Alportel, abdicou da sua profissão de educadora de crianças e nunca mais voltou ao ativo. A ajuda dos pais tem sido fundamental, até porque Sandra divorciou-se quando Miriam tinha apenas um ano de idade. «Pode doer um bocadinho o que eu vou dizer, mas, para o pai da Miriam, é como se ela não existisse…»

 

Texto: Filipa Rosa; Fotos: Cedidas pelos entrevistados e reprodução redes sociais

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