Dolores Aveiro sofreu um AVC isquémico na madrugada desta terça-feira, dia 3 de março, aos 65 anos. A mãe de Cristiano Ronaldo realizou um tratamento inovador que só tem efeito, caso seja realizado 24 horas depois dos primeiros sintomas.
Estamos a falar de uma das técnicas mais avançadas na terapêutica do AVC isquémico, a trombectomia endovascular ou mecânica. Este procedimento consiste na remoção de um trombo (coágulo), sob orientação de imagem, e representa uma das maiores evoluções na terapêutica do tratamento de AVC. É altamente eficaz até às 24 horas, após o início dos sintomas.
O que acontece depois de um AVC?
As células do cérebro morrem pouco tempo depois da ocorrência de um AVC. Contudo, estas podem durar algumas horas se o fluxo de sangue não estiver completamente interrompido. Por essa razão, é fundamental agir rapidamente de modo a minimizar lesões cerebrais.
As sequelas decorrentes de um AVC isquémico podem ir desde falhas de memórias e alterações comportamentais que podem variar entre quadros de agitação e apatia até condições mais graves, como dificuldade em realizar determinados movimentos com o corpo, perda de sensibilidade, dificuldades de expressão e compreensão, quadros de depressão e transtorno de stress pós-traumático.
O AVC isquémico que afetou a mãe de Cristiano Ronaldo é o tipo de AVC mais frequente na população portuguesa, segundo a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral, e corresponde a cerca de quatro AVC's num total de cinco.
Entre os principais fatores de risco estão, para além da idade e dos hábitos tabágicos, algumas doenças crónicas como a diabetes mellitus, as dislipidemias (em particualr, o aumento do colesterol total) e as doenças cardíacas que devem ser devidamente diagnosticadas e tratadas.
A sua prevenção passa por evitar ou parar o tabagismo, seguir uma dieta saudável, praticar exercício físico, manter o peso equilibrado, evitar a obesidade e o sedentarismo.
Afinal, o que é o AVC isquémico que afetou Dolores Aveiro?
O AVC isquémico agudo caracteriza-se pelo bloqueio do fluxo de sangue que impede a chegada de oxigénio ao cérebro e difere do AVC hemorrágico que ocorre quando as células cerebrais são inundadas pelo sangue a partir de uma artéria que se rompe.
Existe ainda uma outra forma de AVC de duração mais reduzida, inferior a 24 horas, que se designa por acidente isquémico transitório. Nestes casos, o entupimento da artéria cerebral é meramente transitório e os sintomas podem durar alguns minutos ou horas.
O AVC é a primeira causa de morte e de incapacidade em Portugal. De acordo com a Fundação Portuguesa de Cardiologia, cerca de 17 por cento dos doentes morrem aos 28 dias, depois do primeiro AVC, e 30 por cento ao fim do primeiro ano. Cerca de 20 por cento dos doentes que sobrevivem carecem de cuidados permanentes e 15 a 30 por cento ficam com incapacidades neurológicas funcionais permanentes.
Texto: Sofia Santos Cardoso | Fotos: Impala Reprodução Instagram
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