Dolores Aveiro abriu o livo da sua vida a Bárbara Guimarães e definiu o que faria se só tivesse 24 Horas de Vida. A mãe de Cristiano Ronaldo acabou por revelar alguns detalhes insólitos nunca antes contados.
Am matriarca da família Aveiro percorreu a ilha da Madeira com a apresentadora da SIC e mostrou-lhe alguns dos sítios que mais a marcaram, como o Caniçal, a zona onde nasceu e viveu até aos seis anos, altura em que perdeu a mãe.
«Tenho muitas memórias. Lembra-me muito a minha infância», começou por dizer, recordando logo a seguir tempos que não foram fáceis: «Éramos muito pobres. A minha mãe passou muita fome para sustentar os filhos. O meu pai nunca foi um homem responsável...»
«Tínhamos uma casa da palha»
«Tínhamos uma casa de palha, mas éramos felizes», afirmou, emocionada, evocando depois outras memórias difíceis: «Perdi a minha mãe com seis anos. Lembro-me de muita coisa dessa altura, mais do que me lembro de há 20 anos, marcou-me. Lembro-me quando a ambulância veio buscar a minha mãe. Ela morreu de ataque cardíaco. Lembro-me de ir para casa da minha avó e depois fomos internados num orfanato. O meu pai ficou com um menino, o mais velho, e nós quatro fomos internados».
Questionada por Bárbara Guimarães se tinha perdoado o pai por ter crescido longe dele, Dolores não teve dúvidas: «Claro. Ele fez bem em internar a gente, porque se ele tivesse a gente no poder dele, a gente passava fome e talvez algum tivesse morrido.»
A história do irmão gémeo falso
Dolores Aveiro acabou por contar ainda uma situação caricata a Bárbara Guimarães. O seu irmão que ficou à guarda do pai tinha sete anos, era apenas um ano mais velho que a mãe de CR7, mas no registo eles eram gémeos.
Isto porque, na altura em que o menino nasceu, os pais da matriarca do clã Aveiro não o registaram e para não correr riscos de levar multas ou de irem presos, aproveitaram o nascimento de Dolores para registar os dois filhos.
«O meu irmão sempre foi gémeo comigo, mas não é meu gémeo. Quando o meu irmão nasceu, eles ficaram na cidade [Funchal]. Depois regressaram e fizeram-me a mim. E o meu pai aproveitou a minha nascença para o registar, porque senão podia levar uma multa ou ir preso. Então é como se tivéssemos nascido no mesmo dia», disse.
Já perto do fim do programa, Dolores Aveiro admitiu fazer questão de dizer muitas vezes aos filhos que os ama porque se arrepende de não o ter dito ao pai: «Arrependo-me de não ter dito ao meu pai ‘amo-te muito’, porque o meu pai nunca me deu um abraço. Talvez por essa distância eu nunca tenha chegado ao pé dele e dito ‘amo-te’. Mas digo isso aos meus filhos.»
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Texto: Patrícia Correia Branco; Fotos: Impala e reprodução Instagram
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