Nacional
Dia Da Criança

Famosos vão ao baú e contam episódios do passado

Qui, 01/06/2023 - 18:00

Hoje assinala-se o Dia da Criança e a NOVA GENTE desafiou algumas figuras públicas a recordarem algumas das histórias mais marcantes da sua infância.

Hoje são adultos, mas também já foram crianças. A NOVA GENTE desafiou algumas caras bem conhecidas a contar histórias que as marcaram e há de tudo um pouco: umas mais engraçadas, outras mais emocionais. 

Oceana Basílio - "Nesse dia, tínhamos sempre um afeto"

“Assim de repente, sem pensar muito, a memória que eu tenho é de já ser mais adolescente e de o meu avô me ver sempre como uma criança. Ele assinalava sempre o Dia da Criança e, nesse dia, tínhamos sempre um afeto, uma palavra, uma troca de poemas ou de cartas. Era muito especial".

Kasha e Miguel Coimbra - "É uma memória coletiva. Foi num sarau do colégio"

“É uma memória coletiva”, começa por dizer Miguel Coimbra, já que os dois se conhecem desde a infância: “Foi a nossa primeira performance ao vivo. Acho que foi num sarau do Colégio São João de Brito e estava bastante gente, pelo menos eu lembro-me daquilo com uma imensidão de pessoas. O público estava longe e foi no sarau do colégio. Eu estava com uma camisa e uma gravata amarela.” 

“Nós olhamos para o nosso percurso e parece que foi ontem, vimo-nos da mesma forma”, acrescenta Kasha.

Cátia Nobre - "Aquele presente marcou-me durante muito tempo"

“Uma das melhores memórias é o dia em que recebi a minha primeira televisão. Nunca me vou esquecer. Foi um presente de Natal dado pelos meus pais, uma televisão Sony, pequenina, de caixa preta, que ainda hoje está na casa deles. Lembro-me que ficava horas a contemplar aquele pequeno eletrodoméstico e desde sempre que eu queria fazer parte dele. Sei que pode parecer tonto, mas aquele presente marcou-me durante muito tempo. Deu-me a possibilidade de eu ver televisão no meu quarto. Aquilo era quase uma marca indelével de como, a partir dali, eu era um bocadinho mais crescida. Eu devia ter sete, oito anos, no máximo.”

Joana Bataguer - "As viagens para os Estados Unidos"

“Ai, tenho muitas, muitas memórias, mas tenho uma que era sempre uma rotina familiar que nós tínhamos. Todas as férias no Brasil, em janeiro, nós íamos para os Estados Unidos, para a Disney de Orlando. Íamos um mês e estava sempre a família reunida, só curtindo os brinquedos. Então, é essa a minha memória de infância, são as viagens para os Estados Unidos que fazíamos.”

António Pedro Cerdeira - "Não era um dia exclusivo meu"

“Faço anos no dia 1 de junho e muitas vezes sentia-me um bocadinho injustiçado porque era o Dia da Criança e era o dia de todas as crianças, não era um dia exclusivo meu. Mas também havia anos em que tinha o bónus de ter a festa do Dia da Criança e de ter a minha festa de aniversário. É um bocadinho como as pessoas que fazem anos no dia de Natal ou na véspera que recebem só uma prenda.”

Conceição Queiroz - "A minha avó estava no portão a chorar"

Tinha seis anos, ainda vivia em Moçambique, e uma vez não quis que fossem buscar-me à escola, que era muito perto de casa. Convenci a família que seria capaz de regressar sozinha. No fim das aulas (estava na primeira classe) não ‘virei na primeira à direita’, segui na conversa com os outros colegas. Quando me apercebi que estava perdida, continuei, não entrei em pânico e acabei por almoçar em casa de uma das minhas amigas, a Paulinha. A seguir, pedi à mãe dela que me deixasse no Jardim Bacalhau, isto na cidade da Beira.

Sabia que os meus pais iriam procurar-me por lá. A senhora não estava a acreditar, dizia: ‘Os teus pais de certeza que estão em desespero!’ Levou-me ao jardim, sentei-me no chão a observar os carros que passavam. De repente, vejo o Colt Galant dos meus pais a aproximar-se e a travar bruscamente. Saíram os dois de cabelos em pé, eu muito calma: ‘Olá, mamã! Olá, papá!’ Eles não pronunciaram uma palavra,  a minha mãe travava as lágrimas. Fomos para casa e a minha avó estava no portão a chorar desalmadamente, lembro-me que gritava a dizer: ‘Onde está a Joãozinha?’ Era assim que me tratava, pois o meu pai é João e éramos muito ligados.

A avó Catarina abraçou-me, beijou-me, pegou-me ao colo. Só aí percebi a gravidade da situação, mas sempre tranquila. Os meus irmãos mais velhos só gozavam comigo, foi uma grande risada, acabou tudo bem.”

Nelson Rosado - "Lembro-me de ir aos pássaros com fisgas"

“Recordo-me das férias de verão. Eu passava as férias no Alentejo e depois passava os últimos 15 dias no Algarve, na terra do meu pai. E recordo-me das brincadeiras que tínhamos com os primos, que ainda hoje vivem lá. Lembro-me de tentarmos guardar gado, e perdíamos ovelhas, perdíamos porcos [risos]. O que vale é que a propriedade da nossa família era muito grande, estava vedada, e passados uns dias encontrávamos os animais. Depois, lembro-me de – isto é um bocado feio – ir aos pássaros, com fisgas, mas não acertava em nada, e depois acabávamos à pedrada uns aos outros, que é uma coisa gira [risos]. Era um contacto absoluto com a terra.”

Sérgio Rosado - "Sempre em festa com os primos"

“Recordo-me de ver a minha casa, a dos meus pais, sempre em festa. Sempre fomos uma família que gostava muito de trazer os amigos e a família. Acho que essa é também a grande mensagem que temos que passar: não percam a oportunidade de juntar as pessoas de quem gostam. E essa foi sempre a máxima que os nossos pais tiveram: de nos passar esses valores e nós, sucessivamente, para os nossos filhos. É aquilo de que eu me recordo realmente quando era miúdo, era estar sempre em festa, sempre com os primos, sempre com a família. Se tiver que destacar alguma coisa, destaco estar sempre num ambiente familiar, sempre em festa.”

Custódia Gallego - "As férias com a minha avó espanhola"

“Da minha infância, destaco as férias e os fins de semana com a minha avó espanhola. A minha mãe ainda tem essa casa em Espanha, que era maravilhosa, com um grande espaço lá fora para correr, com árvores, com galinhas e coelhos. E naquela altura, agora já não tanto, as portas nas aldeias estavam abertas e, portanto, isso era uma sensação de grande liberdade para uma criança como eu.”

Filipa Torrinha Nunes - "Conseguimos roubar a chave"

“Quando eu era criança e estava na escola primária, havia a campainha do intervalo. A campainha tocava quando era a hora de ir para sair e tocava novamente quando era hora de voltar para a aula. E eu e um grupinho de amigas não queríamos que o intervalo acabasse. Então, o que fizemos foi: arranjámos forma de ter a chave que dava acesso à campainha para que a auxiliar não tivesse acesso para tocar e voltarmos todos à sala de aula. Não sei como é que fizemos, já não me recordo, mas sei que conseguimos roubar essa chave, pusemo-la no bolso e andámos meio a fugir pela escola. Depois fomos descobertas, naturalmente, e tivemos que ficar os intervalos seguintes na sala de aula.”

 

Texto: Rita Velha ([email protected]) e Vânia Nunes ([email protected]); Fotos: Impala

 

 

 

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