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Crónica Francisco Guerreiro

As posições da extrema direita na Europa

Qua, 13/04/2022 - 16:41

Há quem defenda que, mesmo em democracia, partidos que promovem visões radicais, apesar de constitucionalmente reconhecidos, não tenham cobertura mediática.

Há quem defenda que, mesmo em democracia, partidos que promovem visões radicais, apesar de constitucionalmente reconhecidos, não tenham cobertura mediática. Eu, pelo que tenho visto no Parlamento Europeu, considero o contrário. Não porque acredite no tipo de comunicação que tem sido feito em torno destes movimentos extremistas, anti União Europeia, sobretudo dando lhes desproporcionalmente destaque com medidas avulsas por parte destes partidos, mas porque a verifico que a maioria da população não sabe o que estes defendem nas instituições Europeias. E logo o que querem impor às nossas democracias.

Isto porque se soubessem talvez não acreditassem nas promessas vãs que tanto fazem a nível nacional. Partidos como o Chega, tão próximo de Le Pen, de Salvini, por exemplo, são constantes e consistentes (pelo voto e acção) em atacar a comunidade LBGTI, as políticas de integração de migrantes, os direitos das mulheres, inúmeras Organizações Não Governamentais, todas as políticas climáticas, a regulamentação contra a corrupção, o fim dos paraísos fiscais, a efectiva melhoria do bem-estar animal, entre tantas outras matérias.

Assim sendo e quando não existe contraponto, entre o que se defende nacionalmente com o voto do grupo extremista europeu, é difícil que os cidadãos compreendam o quão vazias são as suas promessas e perigosas são as suas acções.

A meu ver bem que pode haver uma lavagem de cara, ou tentativa de “moderação”, no panorama nacional, mas os seus objectivos são claros quando votam no Parlamento Europeu. O meu conselho? Seguirmos mais as políticas Europeias e exigir melhor cobertura mediática destes grupos extremistas.

Texto: Francisco Guerreiro, eurodeputado

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