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Crónica Francisco Guerreiro

O que são pequenos partidos?

Qua, 14/07/2021 - 07:00

A democracia representativa assenta em vários pilares, sendo que a liberdade de imprensa é uma das mais importantes não só para garantir o correcto funcionamento das instituições, mas, sobretudo, para as questionar quando há desvirtuações dos seus propósitos.

A democracia representativa assenta em vários pilares, sendo que a liberdade de imprensa é uma das mais importantes não só para garantir o correcto funcionamento das instituições, mas, sobretudo, para as questionar quando há desvirtuações dos seus propósitos. Assim, gerir, de modo inclusivo, transparente e escrupuloso, o bem comum, tal como garantir integralmente a liberdade de pessoas é um dever público, mas este só efectivamente existe se conhecermos os movimentos políticos nacionais.

E não deixa de ser curioso que, vezes sem conta, os órgãos de comunicação social (OCS) apenas reportam acções dos partidos políticos instituídos ou dos mais radicalizados, assentes em líderes populistas com chavões retóricos extremados.

Mas esta dinâmica, para além de ser perversa por reduzir o debate político e tornar o objecto e objectivo jornalístico meramente económico, pelo choque e pela partilha simplista de títulos noticiosos, leva a que vários movimentos políticos com ideias alternativas não consigam entrar na esfera pública.

O caso mais recente dá-se com o partido Volt. Este partido europeísta e ecologista, formalizado em 2020 pelo Tribunal Constitucional, organiza-se em Portugal da mesma maneira que os seus pares noutros países europeus, e já tem vários eleitos municipais e nacionais espalhados pela UE. Possui também um eurodeputado, Damian Boeselager, no meu grupo político, os Verdes/Aliança Livre Europeia. E o Volt acaba por ser um exemplo de como os “pequenos” partidos, às vezes, são maiores do que o destaque mediático que têm, não só pela sua real dimensão, mas, sobretudo, pelas ideias e propostas que apresentam.

Esperemos que os OCS aproveitem estas eleições autárquicas para fazer uma cobertura mais alargada, pois de muitos partidos ditos pequenos nascem grandes ideias, ideais e projectos de sociedade.

Texto: Francisco Guerreiro, eurodeputado

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