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Crónica Francisco Guerreiro

JAPÃO, IA E “ZERO” POLUIÇÃO – PARTE III

Qua, 07/06/2023 - 15:30

Nesta visita institucional que fiz ao Japão, para debater o avanço da Inteligência Artificial (IA), tal como a influência da União Europeia (UE) na gestão global do tema, comprovei mais uma vez a importância do “Soft Power” do nosso bloco geopolítico.

Nesta visita institucional que fiz ao Japão, para debater o avanço da Inteligência Artificial (IA), tal como a influência da União Europeia (UE) na gestão global do tema, comprovei mais uma vez a importância do “Soft Power” do nosso bloco geopolítico.

Este poder diplomático assume-se em várias frentes e não é tão expressivo pois ainda pensamos nacionalisticamente a 27 vozes. Porém, quando reunimos dentro de um quadro institucional Europeu, verificamos que a UE continua a ser um baluarte da protecção dos seus cidadãos, de estritas regras de protecção individual contra a supremacia dos governos e Estados, tal como de garante de limites e controles justos a inúmeras instituições e empresas que operam em todos os sectores da sociedade (agricultura, pescas, indústria, energia, etc..) . Esta capacidade é muitas vezes desconsiderada por nós, Europeus, que vivemos ou somos fortemente influenciados pela UE. Mas basta visitar outros países, mesmo que sejam dentro da esfera da democracia representativa e parceiros dos nossos valores, para compreender que a nossa governança influencia, e muito positivamente, estes e outros blocos geopolíticos.

Nesse sentido foi curioso ver que o Japão, pese embora seja muito desenvolvido em robótica, automatização e capacidade industrial, ainda tem muito a implementar em termos de digitalização da sua sociedade. Neste campo a UE tem sido bastante pioneira em acelerar a digitalização, com todas as garantias de protecção social, económica e jurídica, de pessoas, negócios e mesmo de instituições governamentais.

Vou terminar esta partilha da minha visita, no próximo artigo, com algo que me impressionou. A capacidade de os Japoneses serem ordeiros, civilizados e extremamente cautelosos com o seu meio envolvente. Por exemplo em Tóquio, numa zona metropolitana com cerca de 20 milhões de pessoas, não se via um papel, garrafa ou mesmo cigarro (beata) no chão. Creio que é um exemplo que nós, Europeus, devemos seguir à letra.

 

Texto: Deputado Francisco Guerreiro

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