USB-C. Este será, segundo a vontade da Comissão Europeia, o único suporte de carregamento rápido na União Europeia (UE). Depois de cerca de 12 anos a Comissão finalmente concretiza a vontade de combater o desperdício electrónico e ter apenas um tipo de dispositivo de carregamento na EU. Este é um dos exemplos de como o mercado único e a vontade comum de todos os Estados Membros é fundamental para combater o desperdício e harmonizar práticas económicas e comerciais.

Esperando o aval do Parlamento e do Conselho esta vontade é fundamental, sobretudo, para diminuir o impacto do lixo electrónico no espaço europeu e para garantir, em paralelo, menos desperdício de recursos. Mas existe outro argumento forte para este avanço que se centra na defesa do consumidor. Estes terão mais garantias em torno dos dispositivos que adquirem e não ficarão tão subjugados às guerras de obsolescência programada (software/hardware que se desactualiza rápida e programadamente) e estrutural (materiais de menos qualidade).

Quem não está muito favorável a esta medida são empresas como a Apple que vivem da constante venda de novos produtos, exclusivos, para os seus dispositivos. Mas sem quebrar a inovação em torno dos suportes de carregamento é tempo para priorizar o ambiente, o mercado interno e a carteira dos cidadãos europeus. Isto porque, segundo dados da UE, os Europeus gastam perto de 2.4 mil milhões de euros por ano em carregadores e os que anualmente deixam de funcionar gera, cerca de 11 mil toneladas de resíduos electrónicos.

Texto: Francisco Guerreiro, eurodeputado

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