Desde que fui adoptado aos três, ou seja, há 34 anos, que vou para o Algarve nos períodos festivos ou de férias para estar com os meus avós. Também desde essa altura que os meus avós têm, porque plantaram, duas magníficas alfarrobeiras que nos proporcionam uma sombra magnífica e alfarrobas que dão para várias utilizações. Uma delas, curiosamente, é para deleite dos nossos cães, o Piloto e o Zorba, que regularmente as comem.
Assim, é desde tenra idade que conheço a árvore, de seu nome científico Ceratonia siliqua, tal como o seu fruto, a alfarroba. Porém, este ano quis saber mais e visitei uma fábrica de processamento de alfarroba no Algarve, mais especificamente em Faro. Nesta unidade pertença da Industrial Farense, que está perto de ser terminada, tive o gosto de fazer uma visita com os técnicos da fábrica, mas também com o seu proprietário, o Dr. Isaurindo Chorondo. Nesta visita verifiquei o processo de separação da polpa (a chamada casca) da semente da alfarroba e pude constatar os produtos que advêm deste fruto, nomeadamente a farinha de gérmen (gérmen) e as gomas naturais (endosperma). De notar que a polpa compõe 90% do fruto e a semente, os restantes 10%. Da polpa consegue-se utilizar, dependendo se for trituração fina ou grossa, para rações de animais domésticos, de pecuária, para a composição de um xarope ou mesmo para composição de um pó de nome Carob Powder.
A alfarroba, oriunda do Mediterrâneo, tem actualmente um valor bastante acima da média dos últimos anos pela falta de oferta e pelo aumento de procura, nomeadamente pela indústria agroalimentar e da cosmética. Pelo que compreendi, ainda há muito a fazer por esta indústria, sobretudo pelas empresas que investem neste sector, mas outro dado que retive é que sem os apoios europeus muitos destes projectos nunca sairiam da gaveta. A União Europeia, também neste sector, demonstra-se fundamental.
Crónica de Francisco Guerreiro, eurodeputado
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