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Crónica de Francisco Guerreiro

Se fosse Brasileiro, votaria em Ciro Gomes

Qua, 29/06/2022 - 17:46

Aproximam-se as eleições presidenciais brasileiras (2 de outubro) e pouco ouvimos falar dos candidatos, e mesmo quando existe alguma menção nos meios de comunicação, esta cinge-se aos candidatos do sistema.

Aproximam-se as eleições presidenciais brasileiras (2 de outubro) e pouco ouvimos falar dos candidatos, e mesmo quando existe alguma menção nos meios de comunicação, esta cinge-se aos candidatos do sistema. Falo do ex-presidente Lula da Silva e do incumbente Jair Bolsonaro.

Porém, para Portugal e para a maior comunidade imigrante no país, com cerca de 211 mil, é fundamental falarmos de Ciro Gomes. Ciro nasceu no interior de São Paulo (1957) e formou-se em Direito (1979). Desde cedo que exerce cargos políticos, tendo já sido deputado estadual no Ceará (1982/reeleito em 1986), prefeito de Fortaleza (1988), governador do Ceará (1990), ministro da Fazenda/Finanças (1994) e candidato presidencial por três vezes (1998, 2002 e 2018).

Quem o ouve e vê online, tal como nos seus debates políticos, não pode deixar de admirar a paixão com que defende o que o Brasil pode ser e o projecto de união pós-Bolsonaro. Um projecto baseado no desenvolvimento da ciência, da tecnologia, fomentado pela aposta na educação, no reforço do Estado Social, no combate à corrupção e na protecção dos ecossistemas. Uma presidência que emana da sua carreira política de ficha limpa e que propõe ir além da polarização que tanto beneficia Lula e Bolsonaro, e profundamente divide o país.

Aliás, ele tem sido defensor de debates entre os candidatos nos canais televisivos e rádios, para que os cidadãos possam melhor informar-se antes de votar. Porém, e curiosamente, neste primeiro turno das eleições, tanto Lula como Bolsonaro recusam-se a debater com Ciro.

Assim, e analisando todos os candidatos, tal como o seu papel ao longo dos anos, é inequívoco que, se fosse brasileiro, votaria em Ciro Gomes. Este candidato é o único que não alinha nas velhas alianças de poder, já feitas por Lula e Bolsonaro, e que tem um plano concreto para tirar o Brasil da actual crise económica, social e ambiental.

Texto: Francisco Guerreiro, eurodeputado

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