Existe um projecto nacional que promove a transparência em todo o processo democrático e educativo, tal como incita ao debate e procura de soluções para o fenómeno da corrupção. O projecto chama-se RedEscolas AntiCorrupção e é dirigido pela Organização Não Governamental All4Integrity.

Durante este ano lectivo, a RedEscolas envolveu mais de 15 escolas nacionais e uma macaense. Com a comunidade educativa, os alunos debateram e apresentaram propostas para combater o fenómeno da corrupção, que, só em Portugal, rouba cerca de 18 mil milhões de euros (dados de um estudo dos Verdes/Aliança Livre Europeia, grupo que integro no Parlamento Europeu).

Foi com a ajuda dedicada de todo o corpo docente, mais os alunos, sempre orientados pelo voluntarismo dos membros da All4Integraty, que se chegou à sessão de prémios, que decorreu este mês em Lisboa. Neste evento foram premiados os melhores esforços e trabalhos, sabendo que, naturalmente, a participação de todos os envolvidos já demonstrou a vontade de continuar e de fazer crescer o projecto.

É de notar que todo este esforço decorreu num período pós-pandémico e envolveu mais de 1400 alunos. Nas palavras da Ângela Malheiro, vice-presidente da All4Integrity e diretora do programa RedEscolas AntiCorrupção, “foi um trabalho exigente, mas permite perceber o que foi feito e está a ser feito pelos professores na sala de aula e pelos seus magníficos alunos”. A mesma reforçou ainda que o projecto já tem mais escolas interessadas, sendo um dos objectivos expandir-se para todos os países de Língua Oficial Portuguesa.

Sem dúvida que é um projecto a ter em atenção, sobretudo pela dedicação de todos os envolvidos. Para se combater fenómenos como a corrupção não se pode esconder a realidade onde a mesma opera. Todos somos parte da solução e só educando para a transparência conseguiremos transportar Portugal e a União Europeia para um novo patamar civilizacional.

Texto: Francisco Guerreiro, eurodeputado

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