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Crónica de Francisco Guerreiro

Jornalismo de guerra

Qui, 31/03/2022 - 13:01

Qualquer estado democrático vive e respira jornalismo.

Qualquer estado democrático vive e respira jornalismo. Por isso é que vemos tantos regimes autocráticos restringir liberdades de imprensa e a financiar visões unilaterais da realidade. E, também nesta guerra, perpetuada pela oligarquia russa e liderada pelo anacrónico Vladimir Putin, assistimos a uma guerrilha paralela e que toma cada vez mais palco. A mediática.

Curiosamente, este palco deixou de ser meramente liderado pelos grandes meios de comunicação e com o acesso à Internet de boa parte da Humanidade, tal como a sistemas cada vez mais democratizados de informação. Boa parte dos cidadãos podem ser veículos de informação. Com todos os perigos que existem na área de comunicação tradicional, nomeadamente a sua proximidade e dependência de grupos económicos, da desinformação, das vendas noticiosas baseadas no populismo ou da celeridade que muitas vezes condiciona a qualidade informativa, há que enaltecer o trabalho destes profissionais. Sobretudo no campo de batalha.

E é sobre estes especificamente que quero falar. Perante as balas e os bombardeamentos, que ocorrem, infelizmente, em muitos locais do Mundo, temos estes combatentes. Estes que, face ao perigo real de serem mortos, escolhem ficar para reportar, decidem resistir para contar uma história, sentem as dores e as alegrias da Humanidade do modo mais intenso possível. Muitos por amor à profissão, outros pela procura insaciável da verdade, mas todos, acredito, com um espírito humanista fora do comum.

Creio que nunca é demais olhar para o jornalismo como uma ferramenta essencial para o reforço de qualquer democracia. Estejamos em paz ou em guerra, estes são a linha da frente da realidade que nos chega diariamente. A todos estes e aos que virão, obrigado. 

Texto: Francisco Guerreiro, eurodeputado

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