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Crónica de Francisco Guerreiro

Brasil: 200 anos de independência

Ter, 20/09/2022 - 13:46

A 7 de setembro o Brasil celebrou 200 anos de independência. Porém este dia foi, expectavelmente, manchado pelo presidente Jair Bolsonaro.

A 7 de setembro o Brasil celebrou 200 anos de independência. Porém este dia foi, expectavelmente, manchado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Este evento que consagra a declaração de independência (por Pedro I do Brasil ou Pedro IV de Portugal) tem um misto de conotações devido ao seu aproveitamento ao longo dos anos. Visto por muitos como uma marca da ditadura militar (1964-1985), onde servia para reforçar o sentimento nacionalista extremado, outros têm-no como um símbolo do Brasil em se afirmar como uma nação pacífica e geopoliticamente relevante a nível regional e mundial.

Porém Bolsonaro transformou, despudoradamente, este evento institucional, com vários chefes de Estado estrangeiros, num comício eleitoral. Paralelamente surgem várias denúncias que várias camionetas trouxeram pessoas pagas para o evento o que constitui uma brecha no uso de recursos públicos. Pior, na celebração vê-se ao lado do presidente o bilionário Luciano Hang, fervoroso apoiante de Bolsonaro, sendo que o chefe de Estado Português, Marcelo Rebelo de Sousa, fica depois do empresário na 1ª fila de personalidades institucionais. Este simbolismo não é menor. Num evento onde se celebra a independência do antigo reino de Portugal e onde se reforçam laços institucionais, o centro da atenção do regime Bolsonarista foi o capital privado, de elevada concentração de riqueza e o eleitoralismo desprovido de decência (Será que André Ventura vai contra o seu amigo Bolsonaro nesta matéria?).

Esta usurpação do dia da Independência para fins de campanha eleitoral foi prontamente criticada pelo candidato presidencial Ciro Gomes. Ciro tem sido um forte opositor à institucionalização da corrupção no Brasil e já apresentou várias propostas para mudar o modus operandi da presidência para efectivamente representar o Brasil e não meramente alguns interesses privados e sectoriais.

Texto: Francisco Guerreiro 


 

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