Nacional
Cristina Ferreira veste preto para casamento

Permitido ou proibido? Estas são as regras de etiqueta

Qui, 03/10/2019 - 18:08

Catarina Rito, jornalista e professora universitária de Design da Moda fala sobre a escolha de Cristina Ferreira: «Os convidados não deviam ir de preto, exceto os homens que, num casamento de manhã, podem ir de fraque ou de casaco preto»

O programa de Cristina Ferreira desta quinta-feira, dia 3 de outubro, foi muito além de entrevistas, cozinhados e convidados. A emissão de hoje contou com um casamento em direto. Carla Cruz e Vasco Serranho juraram amor para a vida toda e trocaram alianças no estúdio de Carnaxide.

Para a ocasião Cristina usou um vestido preto, da loja Casiraghi Forever, composto por manga comprida e saia plissada. Os comentários a recordar a regra «não se veste preto para um casamento» não tardaram a chegar… Por isso, falámos com uma especialista para perceber se, afinal, a apresentadora quebrou o código. 

Estivemos à conversa com Catarina Rito, jornalista e professora universitária de Design de Moda, que nos revela todas as regras. «Num casamento só a noiva vai de branco. Este é o ponto de partida. Os convidados não deviam ir de preto, exceto os homens que, num casamento de manhã, podem ir de fraque ou de casaco preto. O fraque normalmente é preto, cinzento ou azul escuro», começa por nos explicar. 

«Agora, com esta abertura que existe de código, as pessoas não vão chocar se forem de preto. Não é uma provocação», continua.

«Contornou um código, mas é contextualizado»

Catarina Rito afirma que, no caso deste casamento em direto, a escolha de Cristina Ferreira «é contextualizada». «A mim não me choca. Acho que não existe um problema. Contornou um código, mas é contextualizado. Desde que a peça seja bonita, está tudo bem. Um bom truque para quebrar é optar por uns sapatos, clutch, joias ou acessórios com cor. Assim pode quebrar o lado mais pesado», explica. 

A regra de não usar preto num casamento está relacionada com o facto de esta cor ser associada a luto. «Como um casamento é um momento de felicidade e de celebração, o preto não será a cor mais bem vista. Mas dada a conjuntura acho que isso já não faz sentido», diz. 

«O exagero é ir de calções ou de chinelos a um casamento»

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. As regras de vestuário têm vindo a ser alteradas.

«As noivas hoje raramente casam de branco, casam de pérola. Uma coisa é branco, outra é pérola. E já existem casamentos em que as noivas vão de preto ou vermelho», constata. 

«Quando o leque se abre e as regras de etiqueta e de bom tom se quebram, os convidados também têm liberdade, desde que não exagerem nessa liberdade. O exagero é ir de calções ou de chinelos a um casamento. Só se for na praia.»

A jornalista e professora universitária conclui: «Dizer que a Cristina Ferreira está mal vestida por estar de preto num casamento não. No entanto, se o casamento tiver um convite onde estão especificadas regras, vai do bom senso e da educação».

«Vestir preto não significa só luto. No nosso País, e devido à nossa religião, o preto é uma cor associada ao luto. Mas o preto é também uma cor de elegância», termina.

Vestidos curtos ou compridos? O que dizem as regras?

A especialista em moda revela-nos ainda como as mulheres convidadas para uma cerimónia desta importância devem vestir. «A regra do bom senso e da elegância dita que não se vai a um casamento de vestido curto. Curto é acima do joelho. Não é elegante», afirma. 

«Quando se vai a um casamento com protocolo, os homens têm de ir de casaca e as mulheres de luvas e chapéu. Nos casamentos até às 14h00 e que começam de manhã, é permitido e até fica bem o chapéu e as luvas nas mulheres.»

As collants transparentes «deviam ser obrigatórias», refere a jornalista. «É uma modernice ir a um casamento sem meias. Tem a ver com regras de etiquetas. O casamento é uma festa, tal como são as festas noturnas, e a meia transparente faz parte da elegância feminina.»

Galas pedem vestidos compridos

«Depois, se o casamento começar a meio da tarde e continuar para a noite, pode-se optar por um vestido abaixo do joelho ou por vestido comprido. Depende do que diz o convite, se for um casamento de gala tem de ser comprido», explica. 

O termo «gala» define tudo. «Gala diz que o homem vai de smoking e que a mulher vai de vestido comprido. Comprido é até aos pés», conta-nos. 

«O século XXI vem trazer uma série de misturas. Existe uma desconstrução que desvaloriza estas regras e então não se usam. Cada um vai como quer», acaba por dizer a professora universitária de Design de Moda. 

Texto: Mariana de Almeida; Fotos: Impala e reprodução Instagram

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