Vasco Freitas é conhecido por ser um dos cabeleireiros mais admirados por celebridades como Sara Sampaio, Sara Matos e até mesmo Irina Shayk. Nas redes sociais, o profissional decidiu partilhar com os seguidores a revolta que sente perante a forma como a sua profissão e vários colegas estão a ser tratados. E nem Cristina Ferreira é poupada a críticas. Nem ela nem Júlia Pinheiro.
«Como é que é possível nesta altura em que estamos todos em casa, há cidades isoladas, toda a gente na sobrevivência, e temos uma ministra que faz nuances? O António Costa que corta o cabelo? Os apresentadores de televisão, Cristinas Ferreiras, Júlias Pinheiros, continuam a ter os maquilhadores e cabeleireiros? Mas que merda é esta, malta?», questiona aquele que não aceita o facto de alguns colegas terem de estar em contacto permanente com o perigo de contágio do novo coronavírus, só porque trabalham diretamente com pessoas conhecidas ou aparecem na televisão.
Vasco Freitas decidiu fechar o salão que tem no Porto há exatamente um mês, a 14 de março, por iniciativa própria. Isto, porque faz parte de um dos grupos de risco por ser imunodeprimido e porque tem 13 funcionários e esta seria a única forma de minimizar os riscos de contágio da COVID-19.
À MAGG, o cabeleireiro afirma que deveriam ser estas personalidades a dar o exemplo em primeiro lugar. «É uma questão de respeito às autoridades e de respeito ao próximo. Se estamos todos no mesmo barco, eles devem ser os primeiros a dar o exemplo e a não dar motivos às pessoas de desacreditar no que está a acontecer, porque aí, sim, vai ser um problema», referiu aquele que tem recebido inúmeras mensagens de clientes descontentes com a imagem que têm por estarem isolados em casa. E depois questiona-se como é que é possível verem figuras de Estado com cabelo e apresentação impecável quando ligam a televisão. «Será que a imagem é tão importante? Vamos ver então os médicos. Será que eles precisam da imagem como os políticos? Eles sim [médicos] estão na linha da frente.»
Vasco Freitas recorda ainda, com indignação, as palavras da ministra da Saúde, Graça Freitas, em meados de janeiro, antes do pânico se instalar em Portugal devido à Covid-19. «Não há grande probabilidade de chegar a Portugal: mesmo na China o surto foi contido, para o vírus chegar cá seria necessário que alguma pessoa tivesse vindo da cidade afetada para Portugal».
Texto: Filipa Rosa; Fotos: Reprodução Instagram
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