"Não tenho nada a declarar." Foi desta forma que Cristina Ferreira respondeu aos jornalistas quando confrontada, no final do programa "Noite de Cristina", sobre o comunicado que a SIC emitira, dois dias antes, sobre a defesa apresentada por ela em tribunal. Isto, claro, referente ao processo movido pelo canal de Paço de Arcos contra a malveirense em que lhe são exigidos cerca de 20 milhões de euros.
Cristina Ferreira alegou coerência para justificar o facto de decidir não fazer qualquer comentário sobre o assunto. "Desde o início, a minha postura foi não fazer qualquer tipo de declarações. Aliás, acho que aquele comunicado é apenas baseado numa contestação que eu tive de fazer com os meus advogados e que não seria pública a não ser que a imprensa a tivesse tornado. Não fui eu que a tornei pública", lembrou.
TV 7 Dias revela toda a defesa de Cristina Ferreira
Vale a pena sublinhar que é a TV 7 Dias, na edição em banca, a apresentar em exclusivo e pormenorizadamente a defesa construída pela equipa de advogados de Cristina Ferreira. Entre outras alegações, a agora Diretora de Entretenimento e Ficção da TVI acusa a SIC de estar “centrada no uso e exploração da sua imagem e denunciar elementos da sua personalidade”.
Mas há mais. Na verdade, grande parte da defesa centra-se na promessa supostamente não cumprida de Cristina Ferreira ter um cargo na direção de programas da SIC. A defesa de Cristina Ferreira revela que por várias vezes se queixou do poder que lhe foi prometido e não cumprido em “almoços ocorridos entre si e Francisco Pedro Balsemão, onde este, ouvindo-a, lhe assegurou que iria mudar esta situação”. Ainda assim, a defesa manifesta que essa mudança não “ocorreu até ao termo do contrato”.
Daniel Oliveira, o Diretor-Geral de Entretenimento da Impresa, é apenas visado uma vez na defesa. Na resposta à petição da SIC, é alegado que “ele não mantinha relação com a Ré e não a consultava, mesmo após aquelas promessas de Francisco Pedro Balsemão”.
SIC alega falta de “provas concretas e reais”
A luta em tribunal promete ser longa. "A pretensão da SIC assenta estritamente em factos objetivos e todos os factos apresentados foram acompanhados por provas robustas e maioritariamente documentais, pelo que se estranha que Cristina Ferreira acuse a SIC de ‘factos falsos’ e ‘factos mistos de verdadeiros e falsos’ com base no diz-que-disse e sem apresentar provas concretas e reais“, dispara a estação de Paço de Arcos, no comunicado enviado às redações na passada quinta-feira.
Noutro ponto, “a SIC repudia a ocorrência de qualquer incumprimento da sua parte, nomeadamente que Cristina Ferreira não tenha desempenhado efetivamente as funções de consultora executiva na área do Entretenimento, reiterando o integral cumprimento dos contratos celebrados entre as partes”. A apresentadora, na sua defesa, diz precisamente o contrário.
“Por fim, a SIC rejeita e manifesta a sua surpresa face às alegações de aproveitamento, seja por que meio for, da intimidade da vida privada de Cristina Ferreira, alegações que não deixam de ser contraditórias, considerando que a mesma era a principal responsável por ‘O Programa da Cristina’, agindo, no exercício dessas funções, com extrema liberdade, pelo que lhe é objetiva e exclusivamente imputável a partilha de quaisquer informações do foro íntimo ou privado“, aponta a SIC.
Texto: Ana Filipe Silveira, Dúlio Silva e Luís Correia; Fotos: Arquivo Impala e reprodução redes sociais
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