Nacional
Conan Osíris

A história por detrás da máscara dourada (e peculiar) do cantor do Festival da Canção

Dom, 17/02/2019 - 20:31

Tiago Miranda, ou melhor, Conan Osíris, é o favorito à vitória do Festival da Canção. Entre a surpresa e a emoção, o músico revela como vive este momento… e revela os segredos do look arrojado

Público e júri não estiveram de acordo, este sábado, dia 16 de fevereiro, na primeira semifinal do Festival RTP da Canção 2019. Na opinião dos jurados, Perfeito, interpretado por Matay e composto por Tiago Machado e Boss AC, foi o melhor tema escutado na primeira eliminatória do histórico certame de música, porém, foi a canção de Conan Osíris que arrecadou a pontuação máxima, através do televoto, dos espectadores.

Poucos minutos depois de ter conhecido o veredito que o indicou como o favorito do público, o intérprete e autor de Telemóveis confessou, à TV7 Dias: «Ainda estou a tentar digerir isto, porque ser favorito é uma coisa muito polarizada».

Certo é que o tema de Conan Osíris foi o que mais impacto foi causando na Internet, inclusivamente na plataforma de vídeos YouTube, na qual foram disponibilizadas pela RTP, na íntegra, as 16 canções a concurso nesta 53.ª edição do concurso.

E a de Conan destacou-se. A 24 horas de subir ao palco, Telemóveis já tinha ultrapassado a barreira do milhão e meio de acessos naquela plataforma. O segundo com mais visualizações, A Dois, composto e interpretado pelos Calema, fixava-se nas 655 mil e Perfeito, o preferido do júri este sábado à noite, tinha batido a meta das cem mil.

A máscara irreverente e o significado «no segredo dos Deuses»

A irreverência de Conan Osíris não se cinge à sua forma de compor e cantar. Para subir ao palco do Festival RTP da Canção, o músico escolheu uma criação de Luís Carvalho, conjugada com uma máscara desenhada pelo próprio e materializada por Adriana Ribeiro.

Significado do visual, existe, mas não é tornado público. «Tem um significado que vai ficar no segredo dos Deuses da Eurovisão», diz, equivocado no certame em que atuou ou já a pensar no concurso em que poderá participar em maio, em Telavive, Israel, no caso de ser eleito representante de Portugal no Festival Eurovisão da Canção.

«Poderia chegar aqui e ‘fuck it all up’. Mas… funcionou»

Conan Osíris, nome artístico de Tiago Miranda, relativiza estes dados. «O pessoal estava sempre a dizer-me isso, mas às vezes isso não quer dizer grande cena, porque as pessoas não estão a ver a parte visual. Imagine: poderia chegar aqui e ‘fuck it all up’ [‘f***-se tudo’]. Mas… funcionou», reage.

Sobre a conceção visual de que fala, explica-nos: «Para nós [Conan e o bailarino que o acompanha em palco, João], foi um grande desafio, porque nós nunca ensaiamos nada ao vivo. Atuamos sempre um bocado por intuição. E, aqui, tínhamos de ter algum tipo de regras, as câmaras tinham de bater ao tempo correto, tivemos de arranjar a escada… Tivemos de ser nós a conceptualizar a atuação, os posicionamentos, os planos. Foi um crescimento forçado para nós, mas funcionou bué bem.»

Com um lugar assegurado na final, a decorrer no dia 2 de março, na Portimão Arena, Conan Osíris defende que «ganhar é uma coisa à parte». Prefere, antes, «pensar em dar um produto fixe [ao público] e uma cena fixe para Portugal».

«Acho bué ingrato impor o meu estilo a outro artista»

Conan Osíris foi um dos compositores escolhidos pela RTP para criar um tema para este festival, mas nem na altura do convite o músico pensou na vitória. «Imagine: é como se tivesse a sua esposa e pedir-lhe um bebé. Só quer fazer o bebé e quer que o bebé seja saudável. Depois de o bebé ter nascido é que vamos ver como é que ele brinca, como é que ele come… É isso que está a ocorrer agora», diz-nos.

Está a acontecer… e com um tema composto e interpretado pelo próprio. Por quê ser a voz da sua própria canção? «Na realidade, acho que não conseguiria encontrar uma pessoa para cantar uma música minha. Para transmitir o que quero a nível musical, tenho de ser eu. Posso e gosto de escrever para outros artistas, mas é no estilo deles. Acho bué ingrato estar a escrever com o meu estilo e impor esse estilo a outro artista», esclarece.

Texto: Dúlio Silva; Fotos: RTP
 

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