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Cláudia Vieira feliz por conhecer menina furacão

Cláudia Vieira apoia jovem de 19 anos que precisa de um transplante de pulmão

Qua, 04/01/2017 - 17:30

A atriz teve a oportunidade de ser apresentada a Marta d'Orey e mostrou a sua gratidão por tê-la conhecido.

Marta d'Orey é uma jovem de 19 anos que exibe um sorriso contagiante. Estuda Marketing e Publicidade, no IADE, e é uma apaixonada pela fotografia e pela escrita. 

É uma menina igual a todas as outras, mas com uma diferença: precisa de um transplante de pulmão. Marta, apelidada de "furacão", estudava em Londres quando contraiu gripe A. Uma doença que poderia curar-se, à partida, facilmente, mas que acabou por originar uma grande complicação. Marta tem agora apenas 14% de função respiratória e terá de viver recorrendo a uma bomba de oxigénio permanente ou fazer um transplante pulmonar.


A fotógrafa Isabel Saldanha, amiga de Marta, escreveu um texto onde explica a condição em que o "furacão" vive:

 

"A Marta tem 19 anos e está doente. Tem 14% de função respiratória, consequência de uma gripe A que apanhou quando estudava em Londres. A Marta não nasceu com isto e não quer morrer disto. Para sobreviver a Marta terá que estabilizar nos 14% e viver com o recurso a uma bomba de oxigénio permanente, o que é pouco viável ou...fazer um transplante pulmonar. A condição dos 14% não é reversível a não ser que aconteça um milagre. E nós sabemos que os milagres acontecem. Sem um transplante pulmonar e com a diminuição da sua capacidade respiratória a Marta morre.
Para que aconteça um transplante pulmonar a Marta precisa de um doador compatível com um cem número de requisitos, entre eles um par de pulmões saudáveis, idade e grupo sanguíneo compatíveis e uma séria de protocolos clínicos complexos que pouca interessa esmiuçar aqui. O caso da Marta é muito grave e como ela é muito nova entra quase de imediato para a "pole" dos transplantes. O que significa, que assim que existir um doador a Marta é conduzida para o bloco operatório. Até aqui parece simples, mas não é. Um transplante de pulmões é uma cirurgia complicada, como imagino que sejam quase todos os transplantes. Sendo que o pulmonar tem um senão que é uma grandessíssima merda...não existe retransplante de pulmões e o máximo que uns pulmões transplantados duraram até à data de hoje foi 10 anos, em casos excepcionais. O que feitas as contas significaria que a Marta que tem hoje 19 anos viveria até aos 29 anos. Até lá, a Marta está a efectuar um teste experimental de anticorpos para que o transplante possa ser apenas uma hipótese longínqua, fintada por um milagre. Esta é de forma resumida o quadro clínico da Marta. *Para o meu furacão que adormece no colo das palavras".

 

Cláudia Vieira teve a oportunidade de conhecer Marta e fez questão de agradecer esse momento nas redes sociais.

A atriz partilhou uma fotografia com a jovem e com a amiga, Inês Mendes da Silva. Na legenda, escreveu: "Este sorriso não engana ninguém... Falo do teu @marta_dorey. É de alguém que é feliz, ama a vida e a vive da forma certa!!! Grata por te conhecer, és realmente um furacão como te chamam. Tens uma grande lição para dar a muitos e ainda vais dar muito que falar..."

 

 

Marta d'Orey tem publicado vários textos na sua página do Facebook. Entre eles, pode ler-se:

"A doença muda o olhar. O que temos sobre nós, o que os outros têm sobre quem somos, e, o foco principal enquandra o filme da vida num ecrã maior. Porque a perfeição só é percebida, quando deixa de o ser, e o que se tem só se faz sentir quando já não há nada a perder.

Dentro de mim, tenho uns pulmões sem direito ao título, e o garantido de uma inspiração que preenche o peito é um ideal longínquo preso em cordas e amarras que me afogam o ar. Não vou mentir, porque dói. Não vou mentir, porque é um sufoco desesperante suplicar por oxigénio. Não vou mentir, porque quando a relaidade se começa a distorcer, é a minha vida que desvanece.

E já foram várias as vezes em que me deitei naquela sala de luz fluorescente e cheiro a éter, com os lábios tingidos de azul, a pele encharcada em suor e lágrimas, a respiração ofegante por se fazer suficiente, os sentidos a escaparem-me por entre os dedos, e os médicos a rodearem-me o corpo inerte numa tentativa desesperada de o trazer de volta. E de todas essas vezes, tive medo. Tive medo, porque em todas elas vi o botão de "STOP" ao alcance de um palmo. Mas acabei por me encostar em modo "PAUSA" para depois voltar a pressionar o "PLAY"." 
 

Veja o vídeo na galeria, e conheça "o furacão" Marta!

 

Texto: Mafalda Magrini

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