Nacional
Clara De Sousa

Fala sobre o arrepiante adeus à progenitora: «A minha mãe morreu comigo a segurar nela»

Seg, 08/04/2019 - 20:23

Clara de Sousa abre o coração numa conversa intimista com Júlia Pinheiro e acaba por ser surpreendida pelo pai

Júlia Pinheiro recebeu Clara de Sousa na tarde desta segunda-feira, dia 8 de abril, no programa Júlia. A conhecida pivô do Jornal da Noite, da SIC, começou por falar de um tema delicado: a mãe, que morreu em 2002. 

«A minha mãe morreu comigo a segurar nela. Não deixou de ser um momento bonito. Ela estava internada no Hospital de Cascais e eu já sabia que ela não ia voltar para casa. A médica disse que iam mudar a cama, para eu sair um bocadinho do quarto. Eu entrei, dei-lhe a mão e nem um minuto depois suspirou e morreu. Houve ali um momento quase poético. Ela esperou que eu voltasse», conta, visivelmente emocionada. 

À jornalista, de 51 anos, é-lhe reconhecido o talento para a culinária. «Filha de uma cozinheira de mão cheia, que fez questão de te transmitir o seu saber», atira a apresentadora.

Sobre a progenitora, Clara de Sousa não tem dúvidas: «Ela ensinou-me estando e sendo. Nunca precisou de dizer ‘o valor do trabalho é isto ou aquilo’. Ela mostrou-me. Tenho de a honrar, em tudo aquilo que dou um bocadinho de mim».   

«Era capaz de pôr as minhas garras de fora se acontecesse!»

Em relação à carreira de quase 30 anos, a mãe de Rui Maria Pêgo lança a questão: «Alguma vez achaste que por seres mulher tinhas que fazer um esforço extra?»

«Na minha fase de afirmação sim. Sentia que se fosse homem as coisas seriam um bocadinho mais fáceis. Uma mulher era mais gozada se cometesse um erro, por exemplo. Mas os anos passaram e eu nunca me desviei dos meus objetivos», responde, deixando ainda claro que nunca foi assediada: «Já sofri mais nas mãos de mulheres do que de homens. Os meus diretores sempre foram uns senhores comigo! Era capaz de pôr as minhas garras de fora se acontecesse!»

Na SIC desde 2000, a profissional que faz dupla com Rodrigo Guedes de Carvalho no noticiário noturno da estação, sonhava em ser cantora, cabeleireira ou professora. 

No entanto, o seu nome está fortemente ligado à história da TVI, uma vez que foi o primeiro rosto dos blocos informativos do canal de Queluz de Baixo. Estávamos em 1993. Entre 1996 e 2000, Clara apresentou o Telejornal da RTP1. 

Mas antes de iniciar a respetiva aventura na televisão, a ex-mulher de Francisco Penim, de quem se divorciou em 2007, passou pela rádio. Tudo começou em 1986, na Rádio Clube da Parede.  

«Nós ficamos uns estrupícios, mas não é o teu caso»

Os anos passam, mas Júlia Pinheiro afiança que a colega está mais linda do que nunca. «Estás a envelhecer muito bem. Estás linda. Para as mulheres é mais difícil envelhecer. Os homens ficam um charme e nós ficamos uns estrupícios, mas não é o teu caso!»

O passado de Clara de Sousa numa loja de materiais de construção

Júlia Pinheiro preparou várias surpresas a Clara de Sousa. Uma delas foi a presença, em estúdio, de Edite Fidalgo, a primeira patroa do rosto da SIC, que tinha uma casa de materiais de construção em Lisboa. «Estava no escritório mas também atendia as pessoas ao balcão. Tinha 18 anos e era um part-time», conta a senhora. 

José de Sousa, de 79 anos, pai da pivô, também marcou presença no programa, surpreendendo a filha. Mal entrou em direto, emocionou-se. «Ela merece isto tudo», atira. 

José vai almoçar todos os sábados a casa da filha, «religiosamente». Júlia Pinheiro sabe que Clara tira fotografias aos pratos antes de começarem a comer e que «demora um bocadinho». «Eu tomo um bom pequeno-almoço antes de ir para casa dela», conta o pai, deixando os presentes a rir às gargalhadas.

A conversa continuou até que o primeiro trabalho da mãe de Maria e Manuel voltou a ser abordado. «A Clara tinha o dom de ser bonita e os clientes da loja de construção onde trabalhou não paravam de aumentar. Iam lá só para vê-la», remata José.

Texto: Ivan Silva; Fotos: Imapal e reprodução Instagram

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