A 19 de fevereiro, passou um ano sobre a morte de Karl Lagerfeld, o diretor criativo da Casa Chanel, que, aos 85 anos, não resistiu a um cancro do pâncreas. Antes de morrer, Karl Lagerfeld, homossexual e sem descendência, fez de Choupette, a sua gata birmanesa, uma das suas herdeiras. Ou melhor, providenciou para que nada faltasse a um dos seres que mais amou e que tinha apenas sete anos quando o estilista morreu.
Com as estatísticas a fazerem acreditar que Choupette ainda teria, pelo menos, mais sete anos de vida pela frente, Lagerfeld providenciou para que a sua gatinha ficasse aos cuidados de uma das empregadas que sempre cuidara dela, Françoise Caçote, e que, até hoje, continua a alimentar as redes sociais da gata, que tem mais de 90 mil seguidores e que, garantem amigos do estilista, continua «em boa forma e rodeada de amor».
«A Choupette mudou a vida do Karl»
Na Internet, Choupette continua a viver a vida de luxo que o malogrado estilista sempre lhe proporcionou, também graças ao facto de ele a ter tornado uma estrela. De facto, celebrizada por Lagerfeld, a bichana entrou em campanhas publicitárias e foi estrela de dois livros que Karl Lagerfeld escreveu em sua homenagem, razão pela qual tem a sua própria conta bancária gerida, está claro, por Françoise Caçote.
A história de Karl Lagerfeld e da gata Choupette é a de um amor improvável à primeira vista. Até a conhecer, o estilista nunca imaginara ter um animal de estimação, mas tudo mudou no Natal de 2011, quando, contrariado, Lagerfeld aceitou ficar uns dias com a gatinha do manequim Baptiste Giabiconi. Este contou, mais tarde, o que aconteceu quando foi buscar a bichana a casa de Lagerfeld. «Estava zangado! Não me falava», contou Giabiconi que, ao perceber a razão, acabou por oferecer Choupette ao estilista que, felicíssimo, terá exclamado: «Não me podiam ter dado um presente mais lindo! Ela trouxe luz à minha vida!»
Amanda Harlech, consultora da Chanel, privou com o estilista e a sua gata e conta que «a Choupette mudou a vida do Karl, que nem acreditava no quão feliz ela o fazia... Mesmo enquanto dormiam, ele era capaz de ficar horas a olhar para ela». A relação do estilista com a sua gata era tão especial que, em várias entrevistas, Karl Lagerfeld referiu-se a ela como a sua «dona». A sortuda felina birmanesa tornou-se uma estrela e o dono desenhava alguns dos seus acessórios, como a transportadora Louis Vuitton ou a bolsa Goyard, para guardar os recipientes e escovas de prata de Choupette.
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Texto: Anabela Pereira Fernandes; Fotos: DR
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