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Carlos Areia

“Tenho a sensação de que vou ficar cá para sempre”

Qua, 22/03/2023 - 09:00

A vida deu-lhe “baile”, mas ele deu um “bailinho à vida”. Perdeu a mãe aos dois anos, foi obrigado a deixar a escola aos 12. Fez de tudo para ganhar dinheiro. Só nunca “lambeu botas”. Hoje, aos 79 anos, tem saúde, trabalho e amor, ao lado de Rosa Bela, 48 mais nova. Numa entrevista exclusiva, o ator abriu o coração e falou de tudo, sem preconceitos nem tabus.

Nuno Azinheira – Tens uma carreira cheia de sucessos no teatro e na televisão, depois uma grande travessia no deserto e agora a televisão redescobriu-te. Como é que é viver esta montanha-russa?

Carlos Areia - É isso mesmo, é uma montanha-russa, porque a vida é assim mesmo. Não te nego que aquela travessia no deserto de que falas foi muito difícil, mas estou muito feliz por ter superado esse momento e por estar a trabalhar. Aquilo que eu mais quero na vida, além da saúde, é trabalho. Sem trabalho, eu e a maior parte dos meus colegas sentimo-nos muito mal. Não só pelo apoio financeiro, que é ótimo. O ato criativo, de pensar, de criar, de estudar, faz-nos muita falta. E eu noto muito isso, porque fico de mau humor em casa. Não sei o que hei de fazer.

Nuno Azinheira – Alma e Coração, Nazaré, Patrões Fora e Por Ti. Nos últimos quatro anos não tens parado na SIC.

Carlos Areia - Sim, é verdade e só tenho de agradecer ao Daniel Oliveira esta oportunidade. E ainda fiz dez espetáculos aqui, no Teatro de Almada, onde nunca tinha trabalhado. Uma peça fora da minha praia, que eu adoro. Um papel sério, embora o teatro seja todo sério. Sem graçolas, que era o que as pessoas estavam à espera. Mas saíam de lá com um soco no estômago. Adorei fazer aquilo.

Nuno Azinheira – Porque é um momento em que o ator se desconstrói a si próprio.

Carlos Areia - Não é só comigo. Agora, não sei como está. Mas, antigamente, quem fazia bem de polícia, ou elas de empregada, tinha tudo estragado. Continuava a fazer de polícia ou empregada. Felizmente, começaram a aparecer outras cabeças mais à frente e a olhar para as pessoas e pensar: “Talvez seja capaz de fazer qualquer coisa”. Eu fui marcado por isso. Então, passei por essa fase, há dois anos, em que estava a fazer teatro, novela e uma coisa que ainda vai surgir, e que deve estrear este ano. É um filme, também sem graçolas. Com o António Ferreira, que foi o realizador de Pedro e Inês, com quem tive uma relação espetacular.

Leia a entrevista completa na edição da Nova Gente que já está nas bancas.

Texto: Nuno Azinheira; Fotos: Nuno Moreira e Impala

 

 

 

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