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Cancro

Pais de menino com doença raro vivem no hospital há 4 meses

Sex, 17/09/2021 - 18:20

Miguel foi diagnosticado com uma cancro raro - síndrome mielodisplásica - em dezembro de 2020 e está internado desde maio de 2021. Os pais do menino de sete anos têm passado os últimos quatro meses a viver no IPO, em Lisboa, com o filho.

A descoberta de um cancro - síndrome mielodisplásica - mudou a vida de Miguel, de sete anos, e dos pais, Sandra Caeiro e João - em dezembro de 2020. O menino sofre de uma doença rara em crianças e consegue sobreviver com um transplante de medula óssea. 

Miguel está hospitalizado desde maio no IPO de Lisboa e todos os esforços têm sido feitos para encontrar um dador de medula compatível.  A mãe e o marido criaram nas redes sociais uma página, “Todos com o Miguel”, para ajudar a divulgar a história da criança e é lá que têm igualmente partilhado diversos momentos da dura batalha que enfrentam. 

Mas o grito de ajuda foi correspondido e milhares de pessoas, tanto de Portugal como do estrangeiro, se inscreveram para prestar o seu auxílio. Porém, o pior cenário aconteceu. Não foi encontrado nenhum dador compatível com o Miguel. A única alternativa e a menos desejável, por apenas ter só 50% de compatibilidade, seria um transplante de um familiar direto. Como o pai de Miguel sofre de diabetes, Sandra foi a escolhida. 

"Fiz a colheita da medula em abril, no bloco operatório, e estava tudo combinado para que o Miguel tivesse entrada para transplante logo em abril, uma semana depois da minha colheita. Contudo, entretanto, o Miguel teve uma complicação autoimune e tivemos de tratar primeiro essa complicação o que fez com que só conseguíssemos realizar o processo no final de maio", conta a mãe à MAGG. 

Após o primeiro transplante, a 27 de maio, surgiu mais um obstáculo: uma rejeição total da medula. Os médicos não cruzaram os braços e a única solução em vista seria um novo transplante.  Na altura, o quadro clínico do menino era instável e apareceram outras complicações, como cistite hemorrágica. Todavia, Miguel voltou a ser transplantado no dia 21 de julho. Houve uma luz ao final do túnel. 

A criança de sete anos contou com o apoio incansável dos pais, que vivem num quarto isolado na UTM com o filho há quatro meses. Esta é uma exceção à regra. Se Sandra e João saírem da unidade já não podem voltar a ter contacto com Miguel. 

"Neste momento, como o Miguel já tem valores que lhe permitiam ter alta, mantendo as medidas de isolamento, mas que já lhe permitiam ir para casa (só não vai porque estamos a gerir outras complicações), já está a fazer passeios aqui dentro, no corredor. Sempre de máscara, não tem contacto com outros doentes, mas faz o passeio diário no corredor que é uma espécie de fisioterapia. De resto, o Miguel não sai do quarto”, confessou a mãe ao mesmo site. 

O menino deverá ter alta em breve, mas não pode regressar a casa. Não lhe é permitido estar a mais de 30 minutos do hospital e como não têm familiares em Lisboa, nem há casas disponíveis para acolher as famílias de crianças com cancro, os pais tiveram que alugar uma casa na capital.

"Acho que só quando isto tudo terminar é que me vai cair a ficha porque os dias são sempre tão preenchidos que não há tempo para pensar. Mas eu nunca deixei de acreditar e acredito mesmo que nós vamos superar isto. Tenho a certeza de que o Miguel vai vencer a doença", finaliza a mãe de Miguel à MAGG.

Texto: Carolina Sousa; Fotos: Redes Sociais 

 

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