Internacional
áustria

Natascha Kampush fugiu do monstro há 13 anos. Veja como ela está hoje

Sex, 23/08/2019 - 22:10

A 23 de agosto de 2006, Natascha Kampush, mantida em cativeiro durante oito anos pelo austríaco Wolfgang Priklopil, conseguiu fugir. Hoje, ainda vive na mesma casa onde esteve presa e continua a fazer terapia para ultrapassar o trauma.

Esta sexta-feira faz 13 anos desde que Natascha Kampusch foi notícia em todo o mundo. A 23 de agosto de 2006, a jovem austríaca conseguiu escapar das mãos de Wolfgang Priklopil, que a manteve presa em cativeiro durante oito anos, depois de a ter raptado a 2 de março de 1998. 

Natascha conseguiu fugir e o raptor, num ato de desespero por estar a ser procurado pela polícia, acabou por se matar. A sua casa, em Viena, foi dada à vítima como forma de indemnização e é lá que esta vive até hoje. «A casa não me pode fazer mal. Só as lembranças do que lá aconteceu é que podem», disse a austríaca ao jornal Telegraph em 2017.

Esta semana, o jornal Express cita uma fonte que explica as razões de Natascha para ter ficado a viver no local onde esteve presa e onde tanto sofreu: «Ela diz que isso é catártico. Nunca quis vender a casa, porque não quer que alguém a transforne num 'parque temático. E mantém também o carro de Priklopil». 

Atualmente com 31 anos, Natascha Kampusch trabalha como designer de jóias e leva uma vida discreta, longe dos holofotes da fama. Depois de fugir, deu algumas entrevistas e, numa delas, chegou a dizer que gostava de ser mãe. Mais tarde, a outra publicação, acabou por confessar que já não pensava constituir família, pois era-lhe difícil manter um relacionamento amoroso. Sentia-se desconfortável no quarto com outra pessoa.  

 

Relação difícil com os pais

Apesar de já terem passado 13 anos, a austríaca continua a ter sessões regulares de terapia para conseguir ultrapassar os traumas do passado. Sofre de stress pós-traumático e também falou sobre isso ao Telegraph: «É como uma doença física. É muito cansativo», disse. «Quando estou quieta e sozinha, os flashback vêm-me à cabeça. Tenho de me manter sempre ocupada. Não consigo sentar-me em qualquer lado e relaxar», acrescentou. 

Com a família, mantém uma relação cordial. Inicialmente, houve uma tentativa de aproximação de ambas as partes, mas Natascha ficou magoada com o pai quando este deu o seu testemunho a um livro sobre o sequestro. «O meu pai foi muito influenciado», disse, explicando a razão pela qual a relação entre eles não é fácil: «Tem sido difícil. Quando eu fugi, eles ainda esperavam a menina que tinha desaparecido, mas eu já era adulta. Houve muito sofrimento de parte a parte». 

 

Participa em campanhas humanitárias

Apesar de ter uma vida discreta, Natascha já se envolveu em vários projetos de caridade. Faz doações monetárias para associações de animais e também doou uma verba à família de Josef Fritzl, o homem que manteve a filha em cativeiro durante 24 anos, e que a violou e engravidou. 

Mais recentemente, envolveu-se numa campanha na Áustria para sensibilizar as pessoas para a situação dos refugiados. «Identifico-me com eles, porque também vêm de um lugar onde estão sob ataque e constantemente ameaçados». 

 

Texto: Patrícia Correia Branco; Fotos: Reuters e reprodução redes sociais

 

Siga a Nova Gente no Instagram