Aos 35 anos e com uma carreira feita de sucessos, Aurea é hoje um nome incontornável na música portuguesa. A fama trouxe-lhe exposição e estar debaixo do escrutínio público nem sempre é fácil, até porque muitas vezes nem é o seu trabalho que está a ser avaliado, mas antes o seu corpo ou a sua aparência. “Já fui alvo de discriminação e continuo a ser em relação a algumas coisas, nomeadamente às tatuagens, por exemplo”, disse a cantora em entrevista ao Diário de Notícias na sua nova rubrica Alta Tensão.
As tatuagens, de resto, têm sido um tema recorrente nos ataques a Aurea nas redes sociais. Em abril, no podcast do Expresso, Posto Emissor, a cantora lembrou algumas situações com que tinha lidado: “Recentemente, dei por mim a responder a alguém que dizia qualquer coisa como: ‘Corpos horrorosos, odeio tatuagens’. Todos temos liberdade de expressão, graças a Deus, mas há limites. Uma vez a minha mãe respondeu a um comentário que eu, por acaso, não vi, de alguém que dizia que eu devia ser esfolada. Acham normal?”
Se, hoje em dia, as palavras menos simpáticas chegam através dos comentários nas redes sociais, há 15 anos quando lançou o seu primeiro tema de sucesso, Okay Alright, o preconceito veio dos seus pares, e nada tinha a ver com as tatuagens. “Lembro-me que, no início, sofri alguma discriminação por ser mulher, estar a começar, ter uma aparência mais cuidada e então era um bocadinho descredibilizada no meio”, explica ao DN. E por já ter sofrido na pele a discriminação e o preconceito, Aurea considera que são sentimentos que não podem ser alimentados e têm de ser erradicados da sociedade. “Devemos ser livres, respeitar a liberdade dos outros e devemos viver num país, no mundo, de forma equilibrada, justa, com empatia. O preconceito é um alvo a abater.”
Texto: Andreia Valente; Fotos: Impala
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