Nacional
Assédio sexual

Reveladas mensagens de atrizes em grupo secreto

Qua, 12/05/2021 - 21:10

Os vários casos de assédio sexual de que terão sido vítimas e que têm vindo a público são discutidos e relatados entre as alegadas vítimas num grupo de WhatsApp com várias mulheres do meio artístico.

O caso de assédio sexual de que terá sido vítima Sofia Arruda, relatado pela própria a Daniel Oliveira, no programa da SIC "Alta Definição", espoletou uma série de outras denúncias. Públicas e privadas. Isto porque, segundo um jornal, um grupo de WhatsApp com várias mulheres do meio artístico tem servido para se discutir o assunto e os relatos, desde então, não param de cair.

Três elementos ativos deste debate foram mesmo revelados pelo Expresso: as atrizes Joana Seixas, Joana Solnado e Teresa Tavares. A primeira, que também ela alega ter sido alvo do mesmo crime, defendeu um código antiassédio. "De que maneira nos podemos posicionar perante a opinião pública e ajudar outras que passaram ou poderão passar pelo mesmo? Devíamos exigir às empresas e produtoras que tenham um código de conduta para situações de assédio sexual. Noto que começa a haver cláusulas de contratos que já incluem isso, no entanto, precisam de ser melhor trabalhadas", escreveu a atriz, no referido grupo de WhatsApp, citada pelo semanário.

Teresa Tavares sugere carta para o Governo assinada por "todas"

Por sua vez, Teresa Tavares otimizou a sugestão da colega e sugeriu que "todas" assinassem "uma carta aberta, dirigida ao Governo, para repensar este assunto e legislar de forma a proteger todas as pessoas que estão nessa situação". "É difícil abordar o assunto se não tens legislação a defender-te em todos os ângulos. Porque as pessoas que resolverem falar podem incorrer num processo de difamação. Mas estes problemas não se resolvem só com leis. É preciso uma maior consciencialização da sociedade de que estes abusos não podem existir. Se toda a gente estivesse educada para a igualdade, esta questão não se punha", frisou.

Teresa Tavares lembrou ainda que "há medo de represálias" e que "há quem use o poder de maneira perversa". "Ninguém tem o direito de exigir que se fale mais ou menos. As pessoas dizem o que podem e querem dizer no momento. Uma coisa é certa: não há mulher nesta sociedade que possa dizer que não lhe tenha acontecido algum tipo de assédio”, defendeu a atriz, naquela rede social.

Joana Seixas acusa "diretor de ficção de um canal televisivo" de assédio sexual

A dar força a esta afirmação estão os relatos de assédio sexual que têm proliferado desde a denúncia de Sofia Arruda e que a TV 7 Dias tem vindo a reproduzir desde então. A já citada Joana Seixas contou o seu caso ao Expresso, publicação que aponta o alegado criminoso como o mesmo que terá feito uma investida sobre Sofia Arruda. Seixas fala num "diretor de ficção de um canal televisivo".

Segundo ela, este homem promoveu um encontro entre a atriz e um “famoso ator brasileiro” através do número direto da atriz, dado sem a sua autorização. "E chegaram a tentar combinar um encontro comigo num lobby de hotel, ao qual eu não cedi. Travei todos os avanços e os discursos diretos e inoportunos que me chegaram a fazer, que não davam espaço para dúvidas quanto ao propósito de ambos", recordou Joana Seixas.

Lista de alegadas vítimas de assédio sexual não pára de aumentar

Também Sofia Aparício se diz vítima do mesmo crime por duas vezes, uma das quais esteve nas mãos de um "diretor de um projeto de que fazia parte". "Agarrou-me pela cintura e puxou-me para ele. Dei-lhe uma estalada", relatou. Saiba tudo aqui.

Em entrevista ao mesmo semanário, a colega de profissão Débora Monteiro alegou igualmente ter sido vítima do mesmo crime. No seu caso, a atriz afirma que um superior hierárquico fez investidas sobre ela e que, com as negas dadas, passou a ser alvo de humilhação nos bastidores de uma produção televisiva. A sua história era, alegadamente, do conhecimento de outros, que nada fizeram para travar o sucedido. Saiba tudo sobre o caso de assédio sexual denunciado por Débora Monteiro aqui.

Barbara Guevara, Carolina Deslandes e Catarina Furtado, entre outras mulheres, também já falaram abertamente sobre os casos de assédio sexual de que dizem ter sido vítimas nas suas profissões.

Texto: Dúlio Silva; Fotos: Arquivo Impala e D.R.

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