Nacional
Alexandra Borges

«Prefiro morrer com dois tiros que façam sentido do que, a atravessar uma estrada, atropelada»

Dom, 14/04/2019 - 15:40

A jornalista de investigação da TVI, sentada à conversa com Fátima Lopes, fez inúmeras confidências. Numa delas, revelou que o seu trabalho já colocou a integridade física dos filhos em risco, ao ponto de precisar de contratar segurança para os acompanhar.

No programa Conta-me Como És, emitido na tarde deste sábado, dia 13 de abril, Alexandra Borges foi a convidada de Fátima Lopes, que preparou uma conversa intimista e recheada de confissões. Assim, a jornalista mostrou o lado mais pessoal, desconhecido para a grande maioria dos espectadores e revelou o que poucos sabiam.

«Eu tive uma infância feliz, não tenho aqueles dramas que as pessoas falam… Tive uma infância de interior, com tudo o que tem de mal», com festas de garagem, paixonetas e brincadeiras de rua, como recorda a repórter. «Hoje os meus filhos não podem brincar na rua...», lamenta, de imediato, referindo-se a Vicente e a Tomás, fazendo a ponte perfeita para o que iria contar de seguida.

Mulher de grandes causas, a jornalista de investigação mais conhecida da TVI, tem na intuição a sua grande estrela-guia. «Há uma coisa muito forte cá dentro que eu chamo intuição, que é a forma como eu luto pelas coisas em que acredito. Eu tenho de estar do lado que eu acho certo, o da verdade, e isso eu tenho de levar até ao fim, doa a quem doer e custe o que custar. Não há dois lados para mim», assume, sem medos.

«É tão cobarde pôr a integridade deles em causa»

Fátima acompanha o discurso, em silêncio, até que decide interpelar a convidada com a questão que desponta a maior confissão: «O que é que te pode travar nessa determinação?»

Alexandra Borges, assertiva, não cala a resposta. «Qualquer coisa que envolva a segurança dos meus filhos. Não a minha. Não tenho medo nenhum. Eu digo muitas vezes à minha mãe, que é a pessoa que mais sofre com os meus trabalhos: ‘Mãe, eu prefiro morrer com dois tiros que façam sentido do que, a atravessar uma estrada, atropelada», adianta, com firmeza. 

«Depois de eu dar, se alguém quiser fazer alguma coisa e por a minha integridade física em causa… Eu sei que estou do lado certo. Eu sei que vale a pena. 
Quando é que começa a minha zona a ficar ameaçada?», questiona-se, para depois responder. «Por exemplo, no ano passado os meus filhos tiveram de andar com segurança, devido a trabalhos meus. Isso a mim incomoda-me. Os meus filhos não têm culpa daquilo que eu eu faço. E é tão cobarde pôr a integridade deles em causa, por causa de trabalhos meus, eu acho cobarde!», volta a sublinhar a jornalista, num tom em que não esconde a indignação.

«As pessoas que se virem para mim, eu estou aqui, sou eu que tenho de responder por aquilo que assino. É perante isso que as pessoas têm de agir ou de me confrontar ou processar. Os meus filhos são o elo mais fraco de toda esta história. É um grande sinal de cobardia», atira, para concluir o assunto.

Texto: Tânia Cabral; Fotos: Divulgação TVI e Reprodução Instagram

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