Saúde e Beleza
álcool

Pior do que heroína

Seg, 15/11/2010 - 16:48

É o que diz um novo estudo. Porquê? Porque doi dada mais importância às consequências sociais do abuso da bebida do que aos efeitos individuais.

Não se enganem os consumidores. A heroína, crack, metanfetaminas, cocaína e todas as outras têm e terão sempre efeitos altamente viciantes – e destrutivos, na saúde e na vida de quem as toma. Mas há um novo estudo, publicado na revista médica The Lancet (acerca da realidade do Reino Unido), que diz algo a ter em conta. Se juntarmos os efeitos individuais e as consequências sociais, o álcool tem – dizem os critérios e indicadores desta investigação específica – resultados mais preocupantes que as outras drogas, legais ou ilegais. Do lado social, esta pesquisa considera danos materiais, crime, prejuízo ambiental, problemas familiares, efeitos internacionais, custos económicos e consequências sobre a comunidade. No prato individual da balança, o que encontramos? Mortalidade directa e indirecta, prejuízos directos, dependência, doença mental no próprio e nos mais próximos, perdas económicas e fim de relações.

Interpretando esta pesquisa com abertura mas também reserva, o psicólogo Joaquim Quintino afirma que “as consequências da bebida são mais visíveis do que quando se vai ‘meter’ heroína, cocaína ou crack, por exemplo... O utilizador, muitas vezes, retira­-se para fazer isso. Torna­-se um consumo mais controlado e escondido: menos visível (que o do álcool)”. Reconhece que faz sentido preocuparmo­-nos cada vez mais com a droga legal que chega numa garrafa. “Há, hoje, muito mais jovens a beber de uma maneira patológica. Não estou a falar do rapaz ou rapariga de 20 anos que sai à noite e bebe uma cerveja ou um martini com os amigos e as amigas. Estou a referir­-me aos adolescentes que ingerem quantidades muito grandes e perigosas. O que causa graves problemas e enormes prejuízos, para os quais temos de estar alerta.”

Se dermos mais destaque às consequências individuais que às sociais, o crack é a mais perigosa de todas as drogas. Se fizermos o contrário, fica em terceito, depois do álcool e da heroína. O álcool é a substância que tem mais impacto social. Tem, aí, o dobro da pontuação da heroína, e quase triplica a do crack. No que toca ao impacto social, o tabaco fica em quarto lugar.

Os nossos números
70 a 80 mil dependendentes de drogas duras
500 mil dependentes de álcool

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