1 - Cantora, como a mãe sonhou
"A minha mãe adorava ter sido artista, mas não pôde. Quando me começou a ver cantarolar por aí, soube que eu era a menina que ela pedira aos anjos – olho azul, pele clara e jeito para cantar – e começou a investir em mim. Levava-me a cantar em todas as festinhas. Saí da escola no 6.º ano porque música era a única coisa que eu queria. Aos 13 gravei o primeiro single.”
2 - Ela foi Doce
Após oito anos nas Cocktail, a primeira girlband lusa, criada nos anos 70, e que integrava ainda Rita Ribeiro e Maria Viana, Ágata, então ainda Fernanda Sousa conta: “Estava a preparar-me para a minha carreira a solo”, mas “ainda passei um tempo pelas Doce, convidada a substituir a Lena Coelho que engravidara.”
3 - De Fernanda de Sousa a Ágata
Em meados dos anos 80 muda de identidade artística. “Estava cansada de ligar para qualquer pessoa e ninguém saber quem era a ‘Fernanda’. Só pensava que aquilo não era nome para mim. Entre Romana, Natacha e Ágata, escolhi este porque havia os filmes da Agatha Christie e soava a gatinha, sensualidade. Guardei o Romana para a Romana.”
4 - Sucesso, graças aos emigrantes
O álbum Perfume de Mulher começou por ser recusado pelas editoras. “Mesmo quando a Espacial o comprou, continuava ‘paradinho’ oito meses depois. Só mudou quando o Francisco foi a Paris e o impôs na rádio Alfa. Quando os emigrantes chegaram no verão desataram a pedir a música, e foi uma ‘bomba’!”
5 - Comunhão de Bens, Perfume de Mulher são canções autobiográficas?
“Não! As canções são a pele que eu visto, mas muitas têm que ver com momentos da minha vida. A Comunhão de Bens surge quando me separei, e tudo o que eu mais queria era ter o meu filho comigo. Mas não lutei nada, o meu ex-marido nunca quis saber do filho, e nem havia carro nem joias tão-pouco...”
6 - A “caça” a Ricardo Landum
Em 1994: “Comecei a sentir que o Ricardo Landum era a pessoa ideal para compor para mim. Gostava das letras que ele fazia para os Da Vinci, etc. Só que ele era caro. Tive de vender o meu casaco de peles e a aparelhagem para lhe pagar os 800 contos, que ele levou para produzir o Perfume de Mulher.”
7 - Sonho concretizado
Do Perfume de Mulher “nem sei ao certo quantos CD se venderam, mas só para ter uma ideia, na Espacial, pouco depois, concretizaram-me o sonho de ter uma casa com piscina – a da Ericeira – graças ao sucesso desse álbum”.
8 - Os homens: “Não sou nenhuma coitadinha”
“O Ricardo Landum diz que eu não sou meia lua, sou lua cheia. Comigo é tudo ou nada, não sou nenhuma coitadinha ao contrário do que as pessoas pensam. Fui sempre uma lutadora, nunca me deixei abalar por questões de amor por relações falhadas, ou que algum homem interferisse nos meus passos, na minha vontade.”
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