Aos 20 anos, a filha mais nova de Tony Carreira seguiu o conselho do pai – «lutar por aquilo que quero e gosto» – e concretizou um sonho: lançou um EP musical. Quanto à quadra natalícia, Sara Carreira diz que ainda não preparou nada, mas como vai estar rodeada pelos familiares, garante: «Vou obrigar todos lá em casa a cantar uma música minha».
As músicas são muito românticas, doces. Têm a ver consigo?
Sim, são quase todas sobre a minha vida e as vidas dos que me rodeiam. Mas, principalmente, as letras incidem sobre as minhas vivências, têm de ser verdadeiras e sentidas. São escritas por si? Sim, são, cerca de 99 por cento. Há uma ou outra na qual, se calhar, não participei tanto, mas todas estão ligadas a mim e às minhas experiências. É fácil passar para o papel o que se sente? Eu componho quase todas as músicas com o Nuno Ribeiro e isso torna tudo mais fácil. Entre nós já existe muita confiança, amizade e isso faz com que as coisas fluam melhor, uma vez que não é fácil passar, ou dizer, o que sentimos a qualquer pessoa. É preciso que ela nos conheça bem, que haja confiança, e eu tenho-a com o meu irmão David, com o Nuno, e foi com eles os dois que trabalhei maioritariamente neste EP. Recordo que passei por situações mais complicadas e, na altura, não percebia bem aquilo por que estava a passar ou o que estava a sentir. E, aí, a música ajudou-me, pois comecei a explorar os meus sentimentos de uma outra forma.
Está grata pela forma como tudo tem acontecido?
Muito, muito grata. É verdade que já canto há alguns anos, pois estive muitas vezes com o meu pai, Tony Carreira, em palco, bem como com os meus irmãos, David e Mickael… e é mesmo isto que quero fazer. A música é a minha vida, sempre foi e sempre será! Ainda passei pela universidade [neste momento, tem a matrícula suspensa], principalmente para fazer um bocadinho a vontade dos meus pais. Sabia que eles queriam, mas não houve volta a dar, pois a música falou mais alto, até porque sempre esteve presente na minha vida.
«Estavam um bocadinho preocupados»
O pai e a mãe apoiaram-na?
Confesso que, no início, estavam um bocadinho preocupados e eu percebo, pois é uma profissão instável. Num momento pode estar a correr muito bem como, logo depois, passa a correr menos bem. É a preocupação normal de quem é pai. Mas eles apoiam-me muito e em tudo! E estão muito felizes por eu estar feliz!
Qual o maior conselho que os seus pais e irmãos lhe dão?
O meu pai dá muitos, pois ele está na música há 30 anos e diz que é importante eu ter calma e maturidade para saber lidar com situações que são mais difíceis, não ligar ao que acontece, ao que se diz. Acima de tudo, para lutar por aquilo que quero e gosto, que é a música. O David só me dá na cabeça (risos), mas é aquele que puxa mais por mim. Por vezes, quando estou mais desmotivada, é ele que vai lá e dá-me força, até porque nós os dois somos os mais parecidos. Já o Mickael é o mais carinhoso, é aquele que, se calhar, quando eu estiver mal, vai dar-me o conselho certo.
«O Natal vai ser passado em família e vamos estar todos juntos»
E a mãe?
Oh, a minha mãe é tudo para mim! É a pessoa que está sempre lá, tanto para mim como para os meus irmãos. É um exemplo de mulher, de mãe. Mais: os meus pais são o exemplo para mim. E a minha mãe é aquela mulher que eu quero ser quando for mãe. Tanto a minha mãe como o meu pai sempre lutaram pelo conceito de família e isso é muito importante.
Mesmo depois de estarem separados isso acontece?
Sim, sempre, e isso é um exemplo. A palavra família vem sempre em primeiro lugar para todos nós. Eu não digo que a minha família é perfeita, pois cada caso é um caso. Mas, para mim, é perfeita em tudo! Somos todos muito unidos, temos os nossos altos e baixos, como todas as famílias, mas estamos sempre lá, em conjunto, e isso é que importa.
Já começou a preparar alguma coisa para o Natal?
Já pensei em algumas coisas, mas agora o meu tempo é quase todo dedicado à música. Mas, como sempre, o Natal vai ser passado em família e vamos estar todos juntos, pois seremos sempre uma família e esses valores estão sempre presentes. E outra coisa: vou obrigar todos lá em casa a cantar uma música minha no dia de Natal (risos).
Texto: Lurdes de Matos; Fotos: Impala e reprodução Instagram
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