Nacional
Salvador Sobral

"O Salvador vai cumprir todos os passos até à vitória"

Ter, 18/04/2017 - 20:30

Luísa Sobral explica porque é que o irmão só viaja, para Kiev, dois dias antes da Eurovisão.

Saúde de Salvador Sobral não condicionou a preparação do evento

Os problemas de coração e as hérnias no estômago têm assombrado a vitória do cantor, que só poderá viajar para Kiev, Ucrânia, entre seis e sete de maio. Por outro lado, a restante delegação portuguesa irá partir a 29 de abril, onde se incluí Luísa Sobral. Será a compositora de Amar Pelos Dois a cumprir os ensaios técnicos. "Foi uma decisão médica. Ele não pode viajar tanto tempo. Nós já sabíamos que ele nunca poderia ir tanto tempo. Eles [organização da Eurovisão] foram incríveis e arranjaram logo esta solução. Eu vou fazer os ensaios em que não é tão essencial o meu irmão estar presente", afirmou Luísa Sobral.

Questionada sobre se a saúde do intérprete condicionou a preparação da participação portuguesa na Eurovisão, Carla Bugalho é peremptória. "Não. Foi uma questão de trabalharmos com a Eurovisão. Houve uma grande abertura da parte deles para compreender a situação e foi realmente fácil. Eles [organização da Eurovisão] estão a torcer tanto como nós pela canção portuguesa", disse a chefe de delegação de Portugal. Já Gonçalo Madaíl explicou como se prepara esta ida a Kiev, tendo em conta as questões de saúde de Salvador. "Prepara-se com calma, com humanismo e sensibilidade. O Salvador precisa de um bocado de espaço para descansar, isto é um processo muito cansativo. A RTP explicou à Eurovisão que precisávamos de um tratamento cuidadoso. A organização reagiu muito bem a isso e ficou tremendamente convencida com a música. A música foi o melhor cartão de visita para lidarmos diplomaticamente com eles", avançou o diretor da RTP Memória.

Salvador Sobral não será acompanhado por médicos

A reposta é negativa quando questionamos se Salvador Sobral será acompanhado por um médico. "Vai com a equipa da RTP e com familiares que pretendem celebrar este momento histórico. Nós temos as coisas absolutamente desenhadas para que não haja nenhuma crise nesse sentido [médico]. Claro que temos contactos, porque quem está no estrangeiro corre sempre riscos, até a própria delegação portuguesa. Estamos ligados com a embaixada e estamos preparados para qualquer eventualidade. Até porque a Ucrânia vive, neste momento, uma situação com algum risco", afirmou Gonçalo Madaíl.

Tendo em conta os problemas cardíacos do intérprete, questionámos a chefe de delegação portuguesa sobre a possibilidade do mesmo não assistir aos momentos de votação. "O Salvador vai cumprir todos os passos até à vitória", referiu entusiasmada Carla Bugalho.

Salvador Sobral sobe ao palco da 62ª edição do Festival Eurovisão da Canção, a 9 de maio, para atuar em oitavo lugar da primeira semifinal. A canção que interpreta, Amar Pelos Dois, encontra-se em quarto lugar nas preferências dos apostadores eurovisivos, sendo um ótimo presságio para Portugal. Recorde-se que o melhor lugar conquistado pelo nosso país, numa final do evento, foi em 1996 com O Meu Coração Não Tem Cor, interpretado por Lúcia Moniz, que nos levou ao sexto lugar. Já em semifinais Vânia Fernandes e Senhora do Mar conquistaram, em 2008, um segundo lugar.

Lançamento do álbum do Festival RTP da Canção

A RTP em parceria com a Sony Music imortalizaram os 16 temas participantes do Festival RTP da Canção, num álbum que promete derreter o coração dos apaixonantes da competição. Numa cerimónia conduzida por Nuno Galopim, consultor da RTP para o Festival da Canção 2017 e que contou com os vários participantes do espetáculo, a ausência mais notada foi a de Salvador Sobral. O representante português está em Espanha a promover o tema que irá representar Portugal.

O auditório da FNAC dos Armazéns Chiado encheu para esta apresentação, onde o tema mais falado e comentado foi a possível vitória de Portugal na Eurovisão. "Há muito que não víamos o Festival da Canção tão entranhado em nós", afirmou Nuno Galopim. Por outro lado, Gonçalo Madaíl, diretor da RTP Memória, é mais cauteloso a falar da possibilidade de Portugal vencer o evento. "Acreditar [na vitória] sim. Mas temos noção que a Europa está cheia de realidades sócio-políticas e geográficas muito próprias. Portanto é muito difícil controlar e termos noção do que pode ser uma opinião pública europeia", referiu Madaíl.

Fotos: Impala

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