A Internet é cada vez mais uma forma de comprar roupa, acessórios e até cosmética para as mulheres portuguesas. À distância de um clique, pode adquirir aquele vestido que viu numa revista internacional, que o apaixonou e não se vende em Portugal, uma mala de griffe de uma coleção atual ou passada, ou até copiar, a preço de saldo, o look das suas celebridades favoritas.
Para além dos sites que o levam à loja virtual que deseja, em Portugal popularizaram-se os blogues de moda, que lhe permitem manter-se sempre atualizado sobre as tendências ou sobre os vestidos de cada estilista que mais brilharam nas passerelles e torná-los seus, com toda a segurança e sem ter de levantar-se do sofá.
Portuguesas atentas às tendências
Mónica Lice, consultora de moda e autora do blogue Mini-Saia, um dos mais lidos e conceituados no nosso país na área da moda, sublinha à NOVA GENTE o crescente interesse das portuguesas – e também as vantagens – que se rendem a esta forma de fazer compras. “Quando criei o Mini-saia, há mais de nove anos, lembro-me que eram ainda muito poucas as lojas de venda online a funcionar e a fazer entregas em Portugal. Nos últimos anos, as marcas ficaram mais sensibilizadas para a necessidade de disponibilizar os seus produtos em lojas virtuais. Estou certa de que o desenvolvimento dos blogues terá contribuído, e muito, para isso. Nos blogues encontramos ‘montras’ para os produtos e, por vezes, basta um clique num link para chegar à loja e efetivar a compra”, explica.
Segundo a consultora de moda, as portuguesas estão cada vez mais atentas às tendências, nacionais e internacionais, e “seguem cada vez mais os blogues e revistas estrangeiras”. Quando navegam na Internet em sites de marcas ou blogues de moda, as mulheres “querem dicas úteis que vão ao encontro das suas necessidades do dia-a-dia” e “perceber o que está na moda”, realça ainda.
Moda low cost e o "negócio da China"
As peças de assinatura de estilista, a par com muitas marcas, têm sempre uma coisa em comum: fascinam as mulheres à primeira vista, tornam-se objetos de culto e desejo, mas são caras para a maioria das carteiras. Outra particularidade que as mulheres que gostam de moda assumem é o fascínio por looks usados pelas suas celebridades favoritas e o sonho provocado pelos vestidos das passadeiras vermelhas. As marcas mais acessíveis a nível de preços (como, por exemplo, a Zara ou a H&M) têm frequentemente nas suas coleções peças similares a nível de design, pelas quais pode optar sem gastar um balúrdio. “Acho que é uma boa forma de qualquer pessoa ter peças que são tendência e que marcam uma estação. Por isso, acho mesmo positivo e uma vantagem para os consumidores”, reitera Mónica Lice.
Outro negócio de milhões é o mercado das imitações. Há inúmeros sites que vendem, por exemplo, cópias de vestidos usados por celebridades internacionais, como atrizes, cantoras, princesas e modelos, e peças icónicas de grandes marcas a “preços da China”. Um mercado amado por uns e desprezado por outros, mas que tem um volume de vendas e um número de adeptos cada vez maior.
Nestes sites, para além de um vasto leque de categorias de vestuário, acessórios, decoração e tecnologia, encontra também vestidos de noiva, vestidos de gala e réplicas de passadeira vermelha de celebridades, com a possibilidade de fazer uma encomenda, à sua medida, de uma peça visualmente semelhante, embora com uma diferença no preço que pode ir até aos milhares de euros.
Existem até sites dedicados a “copiar” a escolha de peças e visuais de uma única pessoa, como acontece com a duquesa Kate Middleton, considerada uma das mulheres mais elegantes na arte de bem vestir. Em relação a “vestidos com assinatura” usados pela mulher do príncipe William abundam agora na Internet cópias dos modelos dos estilistas Elie Saab, Jenny Packham, que custam milhares de euros (o vestido de noiva de Kate Middleton, com assinatura de Sarah Burton, da casa Alexander McQueen, custou mais de 45 mil euros e tem sido um dos mais copiados).
Recorrendo ao ditado popular “nem tudo o que luz é ouro”, tenha atenção a possíveis limitações alfandegárias, verifique se o site faz entregas no nosso país, bem como o respetivo custo e tempo de entrega, para além das implicações legais. Averigue as reviews de compradores anteriores, de forma a identificar possíveis problemas. “Convém ter em conta que, se a compra ficar presa na alfândega, poderá trazer problemas para a compradora”, alerta Mónica Lice.
Estrelas ditam tendências e marcas realizam o sonho
Por cá, à distância de um clique, encontra inúmeros blogues com rubricas que, através da escolha de peças semelhantes, a ajudam a ter um look inspirado no das estrelas (ver imagens acima, concedidas pela consultora de imagem) a preços acessíveis. No seu blogue, Mónica Lice tem uma rubrica de looks onde a leitora encontra inspiração e dicas sobre o que se usa lá fora e onde pode, por cá, comprar peças semelhantes a preços razoáveis: “A rubrica é bem acolhida porque mostra que existem muitas marcas, mais acessíveis, com peças semelhantes a outras, muito mais caras (que muitas vezes nem existem em Portugal). E as leitoras gostam de saber onde encontrar essas peças e perceber que, com as marcas que lhes são conhecidas, podem estar parecidas com as celebridades.”
A compra online, garante, permite “ter acesso a marcas que não se vendem cá e conseguir peças relativamente exclusivas, que não encontramos a cada virar de esquina”, realça. Basta fazer uma pesquisa na Internet por palavras-chave, como, por exemplo, “vestidos”, “celebridades” ou “baratos”.
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