Nacional
Catarina Furtado

«As atrocidades que me contam levam-me a não poder cruzar os braços»

Ter, 26/11/2019 - 22:11

No Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, Catarina Furtado alerta para o número de vítimas em Portugal e conta-nos onde vai buscar a coragem para ajudar

«As mulheres precisam de união para construir um mundo mais igualitário», este é o conselho de Catarina Furtado. No Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, assinalado esta segunda-feira, dia 25 de novembro, a apresentadora ouviu testemunhos marcantes de pessoas que conseguiram ter a força e a coragem para ultrapassar casos de violência e discriminação. 

A conferência «Violência e Discriminação: Ouvir para Agir», que teve lugar na Fundação Calouste Gulbenkian, foi um ponto de partida para o diálogo e cumpriu uma das principais missões da Corações Com Coroa: garantir que a temática da violência e da discriminação permanecem na discussão pública. 

Em entrevista à Nova Gente, a estrela da RTP chamou a atenção para os números elevados de violência contra as mulheres em Portugal. «Só este ano, 32 pessoas foram vítimas de violência, sendo que dessas 32, 23 são mulheres. Não podemos ter um país que se diz inclusivo e depois, na prática, é-se confrontado com violações e discriminações permanentes.»

«É preciso estarmos muito atentos aos nossos sinais de sanidade mental para podermos pedir ajuda»

Catarina vai buscar a coragem para lidar com os casos mais difíceis aos testemunhos que vai recebendo. «A confiança que as pessoas depositam em mim quando me contam coisas que são atrocidades levam-me a não poder cruzar os braços.»

A Corações com Coroa já tem sete anos e Catarina mostra-se orgulhosa da associação que fundou. «O facto de termos 24 bolseiras ou termos mais de 1000 atendimentos ou eventualmente a ida às escolas em projetos como a ‘violência no namoro’ são sinais muito positivos de que a associação está muito viva.»

Mãe de Maria Beatriz, de 13 anos, uma menina que será mulher, Catarina Furtado faz questão de lhe transmitir toda a informação e garantir que tem uma boa autoestima. 

«[É preciso] que esteja muito bem informada e que tenha uma regra de boa autoestima. É preciso estarmos muito atentos aos nossos sinais de sanidade mental para podermos pedir ajuda.»

Texto: Mariana de Almeida; Fotos: Impala e reprodução Instagram

 

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