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Carla Andrino atriz é uma mulher de desafios

"Só não tenho tempo para perder tempo"

Sex, 18/03/2016 - 17:30

Tem duas profissões a tempo inteiro: psicóloga e atriz. Decidiu tirar um doutoramento, mas isso fez com que engordasse... Agora, que já perdeu 12 quilos, tem outro objetivo: namorar com o marido e dedicar-se aos netos.

Emagreceu para voltar ao peso ideal e já perdeu 12 quilos. Agora, tem outro desafio: tirar nota 20 na tese de doutoramento. Confidências de uma atriz que diz que precisa de namorar. “Preenche-me como mulher”, revela.

Está com a peça Noivo por Acaso, no Teatro Villaret, em Lisboa, onde interpreta três personagens.

Como atriz é um belo desafio. Somos quatro atores na mesma peça, o Fernando Mendes, o Jorge Mourato, a Patrícia Tavares e eu. Tirando o Fernando, que está em cena durante hora e meia, os outros três andam sempre a trocar de personagens, isto é, cada um interpreta três, o que dá uma dinâmica muito interessante à peça.

Tem tudo a ver consigo, uma vez que é uma pessoa que não gosta de estar parada...

Sim, sou muito dinâmica, gosto de energia e, como atriz, é um desafio. Mas também é muito gratificante ver a reação do público. Há pessoas que já foram ver pela segunda vez!

Gosta desse feedback que o facto de atuar em palco permite. Mais do que da televisão?

Não. Sinceramente, gosto de tudo. Do palco, mas também gosto do público que se tem em televisão. E também gosto de não ter feedback. Isto é, gosto, e preciso muito, dos meus momentos de recolhimento, de reflexão. É verdade que a exposição sabe bem, até porque é o reconhecimento do nosso trabalho, é como que uma adrenalina. Mas há o outro lado, a introspeção, o estudo, e eu aprecio todos estes lados. Só assim é que me vou complementando como pessoa.

Ao mesmo tempo que aceitou o desafio para integrar o elenco dessa peça, propôs-se a um outro: emagrecer.

Percebi que estava a ganhar uns quilinhos a mais...

É muito preocupada com a imagem?

Não sou muito, sou apenas preocupada o normal. Talvez por ter sido bailarina, gosto de me sentir bem com o meu corpo e percebi que estava a ficar um pouco mais cheia. Neste momento, já perdi 12 quilos. Mas há uma coisa que me caracteriza: sou muito poupada e gosto de vestir aquelas calças, aquela blusa e aquele vestido que tenho há longos anos.

Engordou porquê? Uma vez que sempre foi preocupada com a imagem...

Foram muitas horas sentada, pois ou estava a dar consultas de psicologia ou estava a terminar o doutoramento. Logo, era sempre muito tempo em frente ao computador, e tudo isto sem tempo para fazer exercício físico. Para juntar, confesso que muitas vezes me apetecia comer coisas menos saudáveis. É verdade que me apercebi, mas o desgaste emocional também era muito grande e os disparates acabaram por prevalecer.

Quando decidiu mudar? 

Quando estava quase a entregar o doutoramento, pensei: “Vamos lá pôr um ponto de ordem nisto!”. Tive conhecimento desta dieta através da Catarina Guerreiro, que é atriz. Vi os resultados, falei com ela. Foi a primeira vez que tive contacto com a Pronokal e gostei, até porque percebi que ela estava bem de cara, fisicamente... Aderi, no entanto o único receio que tinha era perder os meus níveis de energia. Mas garantiram-me que tal não ia acontecer, uma vez que isto é uma dieta à base de proteínas. Disseram que ia sentir exatamente o contrário. Não me custou nada fazer a dieta, mas eu também sou uma mulher muito focada nas coisas e, quando é para fazer, é para levar até ao fim! Sou de objetivos e desafios, e já recuperei o peso que queria, estou com 55 quilos.

Por que razão decidiu tirar um doutoramento, depois de uma licenciatura em Psicologia?

Eu gosto de estudar e, sobretudo, era uma curiosidade que eu tinha e que acaba por ser o tema do meu doutoramento, que é as Estratégias Emocionais Utilizadas pelos Atores na Construção das Personagens. E a sua relação com a satisfação com a vida. Acabei, mais uma vez, por juntar o estudo à minha outra profissão.

A psicologia ajuda-a como atriz?

Ajudam-se uma à outra, até porque dou consultas o ano todo. Eu tenho duas profissões. Sou psicóloga e atriz, e as duas completam-se e completam-me! É fácil conjugar esses compromissos? É tudo uma questão de gestão de tempo.

Para além desta Carla enérgica, há também uma Carla mais calma...

É verdade. Ainda agora eu e meu marido tirámos quatro dias e fomos a Londres, passear e ver musicais. Ele adora. Posso dizer que parei completamente e nem telemóveis levei. Só o meu marido é que levou o telemóvel para ligarmos por Skype e, à noite, falarmos com os filhotes e os bebés. Não houve e-mails, telefonemas, nada. Passeámos, rimos, namorámos... Viemos completamente preenchidos.

A Carla e o marido completam-se em tudo... É esse o segredo?

É. Para além de meu marido, é também meu amigo, companheiro e, sobretudo, tem uma grande cumplicidade comigo. Sempre que é possível, estamos os dois juntos e aproveitamos para namorar.

Namoram muito?

Bastante, pois isso preenche-me como mulher. Quero ter tempo para o meu marido, tempo para os meus filhos e tempo para os meus netos.

Os netos são mais um motivo para sorrir?

Foram dois presentes que os meus filhos me deram e eu quero responder estando sempre presente. É a melhor forma de lhes agradecer.

Gosta de ser avó?

Adoro ser avó. Aliás, adoramos ser avós!

Estraga-os muito com mimos?

Ui, se estrago... Mas isso é uma coisa já informada. Eu disse que já eduquei quem tinha de educar – e, felizmente, muito bem –, que são os meus filhos. Portanto, agora é para estragar! Mas também lhe vou dizer: “Os estragos são para se fazer aqui. Quando forem para casa da mamã e do papá, eles é que mandam!”.

 

Texto: Lurdes de matos ([email protected]); Fotos: BRUNO PERES; Produção: Manuel Medeiro; Maquilhagem: ANA COELHO com produtos Kioma e L’Oréal Professionnel Agradecimentos: Hotel Palácio Estoril

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